A terceira árvore mais antiga da cidade de São Paulo caiu após o temporal desta quarta-feira, 12, de acordo com a Defesa Civil. Entre o início das chuvas e a tarde da quinta-feira, 13, a Prefeitura de São Paulo informou que recebeu 343 chamados para retirada de troncos caídos.
Segundo a administração do município, dos 343 chamados, 321 foram na região Centro-Oeste da capital, nove na Zona Norte, sete na Zona Leste e seis na Zona Sul. Em 2024, a prefeitura registrou a queda de 4.091 árvores e 5.173 em 2023.
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De acordo com Aline Cavalari, coordenadora do curso de arborização urbana da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), é importante relembrar que árvores antigas, como a que caiu na quarta-feira, sofrem comprometimentos em razão da idade e precisam ser acompanhadas ou substituídas para que as quedas sejam evitadas.
Segundo a especialista, além da idade das árvores, o sufocamento de raízes pelo pouco espaço para se desenvolver em calçadas impede que a planta se equilibre no solo, facilitando a queda com chuvas e ventos. Ainda, Aline complementa que o vandalismo por parte da população, a falta de capacitação de funcionários que realizam a poda e pragas urbanas contribuem com as ocorrências.
Conforme a docente da Unifesp, São Paulo tem um nível de arborização “relativamente bom”, mas as árvores são antigas como os bairros onde estão presentes, o que requer mais cuidado das autoridades. “A demanda por recurso financeiro para que a prefeitura dê conta de fazer tudo isso é o gargalo hoje”, comenta Aline, acrescentando que falta investimento e mão de obra.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, o município conta com 129 equipes com dez colaboradores cada para serviços de prevenção e poda. A administração da capital paulista declarou que 163,8 mil árvores foram podadas no ano passado e 2,8 mil foram removidas em janeiro de fevereiro de 2025.
Apesar de elogiar o trabalho conduzido pela prefeitura, Aline afirma que a cidade precisa de uma urbanização mais planejada, já que prédios e calçadas “sufocam a arborização”. A especialista ressalta que o plantio deve ser feito no espaço correto e de espécies ideais para se desenvolverem no município.
“É um trabalho com várias secretarias envolvidas”, explica a docente da Unifesp sugerindo que deve haver uma entre as pastas do Verde e do Meio Ambiente e de Planejamento e Urbanismo.
**Estagiário sob supervisão