Bem, há quem diga que um copo está sempre meio cheio. Já eu, enxergo sempre meio vazio. É da minha natureza o olhar desconfiado e, por que não?, pessimista. Sou do tipo que o time está ganhando por 3×0, aos 40 minutos do segundo tempo, e continuo sofrendo. Até porque, neste caso, sou Galo!, e isso justifica minha desconfiança.

O otimista acordará hoje, dia primeiro de janeiro, e dirá: “esse ano será melhor, afinal, Bolsonaro foi embora”. Isolada e simploriamente, a boa alma tem razão. O verdugo se foi, e com ele, parte da mediocridade que tomou conta do Brasil nos últimos 4 anos. Porém, eu pergunto: este aí que entrou, o ex-meliante de São Bernardo, é melhor?

O mesmo otimista dirá, inspirando o ar fresco da manhã do novo ano: “a pandemia se foi”. Ora, ora, ora… Não é bem assim, não. A China – sempre ela! – vive seu período mais dramático desde que por lá começou a circular este maldito coronavírus. São 25 milhões de casos por dia e cerca de 9 mil mortes. A mim me parece muito perigoso tal cenário.

Em seguida, antes de tomar o primeiro café do ano, o esperançoso pensará alto: “a guerra na Ucrânia, ao que parece, caminha para o fim”. Ok, é certo que Putin deu sinais positivos, mas o sanguinário muda de ideia como quem muda de cueca toda manhã. E eu, para piorar, acrescento: será que é este ano que os chineses invadirão Taiwan?

“Poxa, Ricardo, dá para pensar algo de bom para 2023”? Sim, dá. Deixe-me ver… Bem, pensando adequadamente, acho que não. Como diz a máxima popular, “espere o melhor; prepare-se para o pior”. De minha parte, já estou perdendo o sono e contando os dias para o ano acabar. Sabem como é, né? Ano novo, esperança de vida nova, hehehe.