A série “The Crown”, que conta a história da monarquia britânica, deu uma pausa nas filmagens da sexta temporada com a morte da Rainha Elizabeth II. E, desde a morte da monarca, as visualizações da produção cresceram mais de 800% na Netflix.

Embora a série esteja certamente entre os melhores dramas da televisão neste momento, isso não significa que seja uma descrição inteiramente precisa da história.

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Qualquer série que cubra esse tempo todo da história é obrigada a tomar liberdades criativas. Enquanto a Família Real ainda não divulgou uma declaração formal sobre o programa, o príncipe Harry revelou em uma entrevista com James Corden que a série “dá uma idéia aproximada sobre o que é esse estilo de vida, as pressões de colocar o dever e o serviço acima da família e tudo mais, o que pode vir disso”.

“The Crown” pode ajudar os espectadores a compreender os desafios com os quais a família real lida, mas tem divergido dos fatos em várias ocasiões. Na primeira temporada, várias liberdades criativas foram tomadas mirando um impacto dramático. A disputa entre Michael Adeane e Martin Charterissobre quem seria o secretário particular da Rainha Elizabeth foi inteiramente inventada. Da mesma forma, a esposa de Winston Churchill, Clementine, não queimou o retrato de seu marido.

O papel da princesa Margaret, irmã mais nova de Elizabeth, foi fortemente dramatizado. Na série, Margaret atua como embaixadora da Rainha enquanto ela está em uma turnê pelo exterior, mas os discursos que ela faz são inteiramente fictícios. Vários detalhes foram acrescentados para tornar a incapacidade de Margaret de casar com Peter Townsend mais convincente; a pressão exercida sobre Margaret para desistir de seus títulos reais por sua irmã e Churchill não é apoiada por nenhum relato histórico.

A segunda temporada foi fortemente criticada por suas imprecisões, com o The Wall Street Journal pedindo que o cinema e a televisão não levassem os telespectadores a fazer suposições falsas. Eventos como o discurso de Elizabeth na fábrica Jaguar, a demissão do príncipe Edward da família real, as disputas da rainha com Jackie Kennedy, as lutas do príncipe Charles na escola Gordonstoun e o colapso nervoso do primeiro-ministro Anthony Eden não aconteceram.

Houve muitos avanços significativos nas reportagens da mídia durante os últimos períodos que os programas retrataram. Consequentemente, as temporadas 3 e 4 foram alvos de inúmeras críticas por distorcer a realidade. Muitos eventos foram mostrados em uma ordem historicamente imprecisa para que o show pudesse desenvolver o relacionamento entre os personagens.

O príncipe Charles e Camilla Parker não se relacionaram durante a vida do príncipe Edward, Elizabeth e Phillip realmente visitaram Aberfan juntos, e o distanciamento de Phillip de sua mãe foi fortemente dramatizado. Há também vários eventos importantes que são omitidos, como o casamento da Princesa Ana com o Capitão Mark Phillips em 1973 e a revelação de que Anthony Blunt foi espião em 1979. A série também apresenta uma versão caricatural do presidente americano Lyndon Johnson, que fo visto insultando publicamente os Kennedys e flertando com a princesa Margaret.

A temporada 4 foi vista como sendo altamente favorável à Princesa Diana; o secretário cultural da Família Real Oliver Dowden até mesmo solicitou que a Netflix colocasse um “aviso de ficção” na série. A Família Real é descrita como tendo encoberto a existência das irmãs Bowes-Lyon, e Margaret é descrita como tendo uma relação íntima com Derek Jennings, enquanto Margaret Thatcher implora à Rainha para dissolver o parlamento. Não há evidências que sustentem nada disso.

Na vida real, o príncipe Charles e Camilla Parker tiveram que desativar seus perfis nas mídias sociais devido a seu retrato intensamente negativo na quarta temporada. Está implícito na série que Charles e Camilla continuaram a se ver durante o casamento do príncipe, agora rei, com Diana, mas eles só retomaram seu relacionamento depois que o casamento de Charles se desfez. Além disso, a ridicularização de Diana pela equipe da Família Real é altamente exagerada. Uma cena na qual o secretário Sir John Riddle questiona a inteligência de Diana é inteiramente fictícia.

Entretanto, os produtores de “The Crown” se esforçaram ao máximo para capturar detalhes históricos. A série foi filmada no local durante muitas cenas ambientadas no Reino Unido e na África. A decoradora Alison Harvey disse que “você tem que pesquisar uma década, destilar o estilo dessa década em sua cabeça, e olhar para milhões de fotos do período para ter as lições em sua alma”. Cada temporada apresenta cerca de 400 conjuntos, pesquisados por 24 especialistas dos bastidores.


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