Os 58 passageiros e quatro tripulantes do voo Voepass 2283 que caiu na última sexta-feira, 9, na cidade de Vinhedo morreram de politraumatismo, de acordo com a Polícia Científica de São Paulo.

Os médicos legistas que atuaram no acidente concluíram que as vítimas morreram no impacto da batida com o solo, antes da aeronave explodir. Até esta terça-feira, 13, foram identificados 27 dos 62 corpos no local, sendo que 12 foram liberados aos familiares.

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Causas e condições do politraumatismo

Gustavo Tadeu Sanchez, cirurgião ortopédico do hospital Albert Einstein e integrante da SBTO (Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico), disse ao site IstoÉ que um quadro de politraumatismo é identificado pelos médicos a partir da presença de “duas ou mais lesões” que tenham colocado em risco ou causado a morte de um paciente.

“Essas lesões geram traumas, que podem ser abertos ou fechados”, disse o cirurgião Lúcio Lucas Pereira, gerente de pacientes cirúrgicos do hospital Sírio-Libanês.

A ruptura de um órgão interno é um trauma fechado; já um corte de pele, que provoca uma ruptura entre o meio externo e a vítima, é aberto, segundo o médico. Um acidente aéreo pode gerar traumas dos dois tipos nas vítimas.

Por isso, o politraumatismo é uma causa de morte comum em colisões aéreas ou terrestres. “O arrancamento de um grande vaso ou um trauma abdominal são sinais de grandes lesões comuns em acidentes, porque as vítimas são atingidas pelo impacto uma frenagem completa — na colisão –, que gera ruptura de vasos, esmagamentos e outras lesões que demonstram claramente o quadro de politraumatismo, ainda que os corpos estejam danificados”, disse Sanchez.

Para Pereira, não há forma de evitar o problema senão pela própria prevenção do impacto. “No caso de um veículo, as prevenções ao politraumatismo são o cinto de segurança, airbags e outros recursos de segurança”, afirmou.