Recentemente, a influenciadora Ary Mirelle, esposa de João Gomes, desabafou com seguidores sobre a situação adversa que enfrentou com o filho, Jorge, de cinco meses. O pequeno sofreu com bronquiolite e realizou tratamento respiratório em casa.

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Apesar de ser mais frequente em crianças, a bronquiolite também pode afetar adultos e, mais comumente, idosos. Para explicar a condição, a IstoÉ Gente procurou Humberto Bogossian, médico pneumologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Acompanhe:

O que é e como tratar bronquiolite

O que é a bronquiolite?

Humberto explica o sistema respiratório como árvores: “Falando em vias aéreas, temos a traqueia, que é como o tronco de uma árvore. As ramificações são os brônquios, que vão para o pulmão direito e esquerdo como se fossem os galhos mais fibrosos. Existem também os galhos menores, que são brônquios de menor calibre, até chegar em estruturas ainda menores, os bronquíolos — por onde o ar transita em menor calibre, antes de chegar aos alvéolos, a copa da árvore, que é onde tem a troca dos gases do pulmão”.

Segundo ele, a bronquiolite é a inflamação dos bronquíolos, que acontece especialmente por causas virais e pós-infecciosas, mas também pode estar relacionada ao tabagismo.

“Alguns vírus respiratórios levam bronquiolites, mas a condição também pode acontecer por exposição a determinadas substâncias, poluição, produtos do ambiente de trabalho e, de forma mais rara, doenças autoimunes”, explica o médico.

E completa: “A bronquiolite mais intensa pode estar relacionada ao vírus sincicial respiratório, que resulta em uma inflamação muito intensa do pequeno bronquíolo. Como a passagem do ar fica muito estreita, porque o brônquio fica com parede mais espessa e tem produção de muco, as vias aéreas são obstruídas. Isso gera a dificuldade de o ar passar pelo pulmão e fica aquele chiado”.

Sintomas e diagnóstico

O especialista explica que dificuldade para respirar, chiado (barulho ao respirar), roncos pela presença de catarro, tosse, dificuldade para expectorar e falta de ar são manifestações típicas da condição. Além disso, podem surgir febre, dor de garganta associada e resfriado.

O diagnóstico é realizado pelo quadro clínico, examinando a história do paciente. Exames de imagem como radiografia e tomografia de tórax podem ser feitos para identificar pneumonia associada ou inflamações mais severas da parede dos brônquios.

Tratamento

Para tratar a bronquiolite, é necessário saber a causa da inflamação. “O tratamento é sempre orientado por um médico, que vai determinar se pode ser feito em casa, quais exames precisam ser feitos, ou se basta o exame físico e a conversa. Dá para ir para casa com medicação via oral ou precisa ficar em observação?”, explica Humberto.

Os medicamentos comumente utilizados são corticoesteróides, broncodilatadores e medicamentos que ajudam a fluidificar as secreções para facilitar a expectoração. Também é possível indicar fisioterapia respiratória.

Em casos mais graves, pacientes podem precisar de internação em terapia semi-intensiva, com auxílio de oxigênio ou aparelhos de ventilação mecânica e intubação orotraqueal.

Além disso, antibióticos podem ser utilizados em casos de infecção bacteriana associada, o que acontece com menos frequência. 

“Claro que a grande maioria das bronquiolites acaba se curando. A doença tem um curso, com suporte e tratamento adequado. Mas uma minoria de pacientes pode ter complicações e vir a falecer. E às vezes existem pacientes que, dependendo da intensidade da inflamação do bronquíolo, podem ficar com uma pequena inflamação crônica e com bronquite crônica, estando suscetíveis a novos episódios de inflamação recorrente”, finaliza o médico.