27/08/2024 - 14:20
Adriana Sant’Anna tem usado suas redes sociais para atualizar os fãs a respeito do estado de saúde do marido, Rodrigão, que desde o dia 23 está internado nos Estados Unidos, onde a família reside, por apresentar um sangramento abdominal em decorrência de uma lesão na glândula surprarrenal.
A influenciadora digital disse que no momento o quadro do coach está estabilizado, mas que ele terá de ser submetido a uma cirurgia para remover a lesão na região abdominal.
“Graças à misericórdia de Deus e à habilidade de uma equipe médica extraordinária, o sangramento foi controlado com êxito por meio de um procedimento inicial chamado embolização. Atualmente, Rodrigo permanece internado, estável e sob cuidadosa observação, enquanto realiza exames pré-operatórios em preparação para a cirurgia definitiva, que visa a remoção completa da lesão”, declarou em postagem no Instagram.
+ Adriana Sant’Anna desabafa sobre internação do marido, Rodrigão: ‘Meu mundo caiu’
Em entrevista ao site IstoÉ Gente, *Rebeca Appel nefrologista do Hospital Japonês Santa Cruz, dá detalhes sobre a doença. “Uma lesão na glândula suprarrenal normalmente é uma tumoração, algo que vai alterar a anatomia e, possivelmente, em alguns casos, o funcionamento da glândula também”, afirma a profissional, que está por dentro do caso do ex-BBB.
“No caso específico do Rodrigo, foi um sangramento na glândula suprarrenal. E essa glândula, a direita, nesse caso, fica acima do rim e abaixo do fígado. Então, provavelmente, aquele sangramento naquela região que inicialmente suspeitou ser um sangramento hepático e um sangramento renal, era só da glândula suprarrenal. Ele, então, foi submetido a um procedimento de embolização, que fez com que esse sangramento parasse”, completa ela, detalhando quais os próximos passos para a recuperação do paciente.
“A lesão vai para uma análise para descobrir o diagnóstico primário, que tipo de lesão é essa, por que ela levou a esse sangramento, e o próximo passo é a estabilização, a recuperação pós-operatória do paciente, a monitorização do sangue para confirmar que ele não está tendo nenhum sangramento, e ficar em observação por alguns dias”, informa.
O que é lesão na glândula suprarrenal?
**Mônica Valverde Viana, hepatologista do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público (Iamspe), explica que a glândula suprarrenal é a glândula adrenal.
“São duas glândulas, uma de cada lado. Não são glândulas grandes, mas podem ser acometidas de cistos, muitas vezes de tumores benignos e malignos e podem acontecer também em mangiombas – nódulos ou tumores benignos, que formam como uma esponja com bastante sangue e que podem romper com o movimento ou com uma trauma”, diz.
Quais são os sintomas?
“Toda vez que tem sangue na barriga, sangue na cavidade abdominal, isso costuma desencadear a dor. Às vezes não de imediato, mas à medida que esse sangue vai se acumulando, a dor vai sendo crescente e normalmente as pessoas procuram um pronto-socorro por conta dela.
Qual a causa?
A doutora aponta que, no caso de Rodrigão, não foi diagnosticado um sangramento no fígado. Por isso, existe a possibilidade de o problema ter surgido por algumas situações.
“Existe a possibilidade, em outros casos, de um diagnóstico como este ser causado por alguma doença da coagulação, alguma coisa que o paciente em questão pode estar usando como medicação, alguma coisa que pode ter acontecido ali que pode ter facilitado a questão do sangramento”, explica.
O paciente corre risco?
“Todo sangramento que acontece intra-abdominal tem risco de morte, principalmente se for em grande volume. O paciente que for acometido pela situação pode ter um choque hipovolêmico e isso também pode facilitar uma infecção. E, mesmo nesse regime de oxigênio baixo, que é um sangramento importante, podem aparecer outras lesões”, informa Mônica.
Pessoas de qualquer idade podem sofrer com este problema. “Pacientes jovens, sem doenças crônicas, podem ter um infarto, pacientes com doenças coronárias, mais velhos e diabéticos esse risco aumenta também. Normalmente, a medida inicial é conter o sangramento e salvar a vida da pessoa”, encerra.
*Dra. Rebeca Appel (CRM: 187977), nefrologista do Hospital Japonês Santa Cruz, especialista titulada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (RQE 85185).
** Mônica Valverde Viana (CRM: 71476SP) é médica hepatologista do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público (Iamspe). Também é membro da Comissão de Mídias Sociais da Sociedade Brasileira de Hepatologia e Vice-Presidente da Associação Paulista para Estudos do Fígado.