De olho em articulações com a base no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ampliar cargos de superintendências na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.
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A Codevasf é uma estatal federal entregue pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao controle do Centrão em troca de apoio político. Empresa pública de direito privado, a companhia criada pela Lei nº 6.088, de 16 de julho de 1974, de capital social pertencente integralmente à União e vinculada atualmente ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Resumo
- Reportagem mostrou que o governo pretende usar a Codevasf para dar cargos a aliados;
- Foco das vagas seria em Pernambuco e Minas Gerais;
- A estatal foi alvo de operação da Polícia Federal em 2022 por organização criminosa.
Mais vagas
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Lula tem interesse de fazer com a Codevasf o mesmo que foi feito na gestão anterior: acomodar aliados. Parlamentares e membros da Codevasf falaram para a reportagem que há planos de duplicar a direção das superintendências em Pernambuco e Minas Gerais. A estatal tem orçamento de R$ 2,27 bilhões para 2023, conforme disponível no Portal da Transparência.
Segundo a companhia, uma portaria da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, fixou o limite do quadro de pessoal da Codevasf em 2.107 vagas; o número anterior era de 1.785 vagas.
“A Companhia estuda soluções técnicas e institucionais para realizar a contratação e a alocação de profissionais, com vistas ao preenchimento das novas vagas”, informou a estatal.
A estatal também acumula processos de investigação
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) relacionado a aquisições de tubos pela Codevasf indicou que houve sobrepreço em uma licitação da companhia. “Observou-se que houve aumento médio de 92% nos preços praticados nessas novas contratações”, diz o documento.
Em 2022, um gerente da Codevasf foi acusado de receber R$ 250 mil por suspeita de fraude. A ação fez parte da Operação Odoacro, com a finalidade de desarticular o núcleo da organização criminosa composto por servidores públicos que auxiliavam nas fraudes licitatórias e no desvio de recursos públicos envolvendo verbas federais da Codevasf. A estatal estaria envolvida no esquema com a empreiteira Construservice.
Na primeira fase da operação, a PF apreendeu R$ 1,3 milhão em dinheiro em operação que mira desvios na Codevasf. Os policiais apreenderam cerca de R$ 1,3 milhão em dinheiro, além de itens luxuosos, como relógios importados.