O Congresso dos Estados Unidos divulgou o documento escrito por um denunciante sobre Donald Trump nesta quinta-feira (26), com base, principalmente, no conteúdo de um telefonema entre o presidente dos Estados Unidos e seu colega ucraniano, Volodimir Zelenski, em 25 de julho de 2019.

Seguem abaixo os principais pontos do documento, de nove páginas:

– Fontes –

No momento, a identidade do autor do relatório é conhecida apenas pelo inspetor geral dos serviços de Inteligência. O denunciante diz em seu relatório que recebeu informações de mais de meia dúzia de autoridades americanas.

– Ocultamento –

A Casa Branca é acusada de registrar o relatório do telefonema em um servidor reservado para conteúdo classificado ou confidencial.

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Esse servidor é usado pelo Conselho de Segurança Nacional para, por exemplo, operações de Inteligência. Geralmente, essas anotações de conversa são colocadas em um servidor que permite que o restante da administração e os secretários as consultem.

“Os funcionários da Casa Branca me disseram que foram ‘orientados’ pelos advogados da Casa Branca para eliminar a transcrição eletrônica do sistema de computador no qual essas transcrições são normalmente armazenadas para sua coordenação, finalização e distribuição aos funcionários do gabinete”, acrescentou.

No apêndice, acrescenta: “De acordo com os funcionários da Casa Branca com quem conversei, não foi a ‘primeira vez’ sob esse governo que uma transcrição presidencial foi colocada neste sistema (…) com o único objetivo de proteger as informações politicamente sensíveis e não sensíveis do ponto de vista da segurança nacional”.

– Ingerência –

Os motivos do relatório do denunciante estão escritos no segundo parágrafo: “Como parte das minhas funções oficiais, vários funcionários do governo americano me informam que o presidente dos Estados Unidos está usando o poder do cargo para solicitar a ingerência de um país estrangeiro na eleição americana de 2020”.

Em 25 de julho, após algumas banalidades, o presidente Trump “usou o restante da chamada para promover seus interesses pessoais”, neste caso:

– Investigar na Ucrânia seu rival político Joe Biden (candidato à indicação democrata para as eleições presidenciais de 2020) e seu filho Hunter.

– Investigar a origem ucraniana por acusações de interferência russa na campanha presidencial dos EUA em 2016.

– Instar os ucranianos a se reunirem com “duas pessoas explicitamente designadas pelo presidente como seus emissários pessoais” sobre essas questões, o ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani, e o procurador-geral dos Estados Unidos, Bill Barr.

– Canais e pressões paralelas –

O denunciante finalmente rastreia as viagens e declarações de Rudy Giuliani como “emissário” de Trump. Ele informa sobre uma reunião de Giuliani em Madri no dia 2 de agosto com um assessor do presidente ucraniano, Andriy Yermak.


Também explicou que soube por fontes governamentais que o novo governo ucraniano havia recebido a mensagem de que a relação entre os dois presidentes dependeria da vontade de Volodimir Zelenski de “jogar o jogo”, em referência à ajuda militar americana à Ucrânia. Em julho, Trump ordenou pessoalmente a suspensão da ajuda, informou o denunciante.


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