Os fiéis católicos acordaram com a triste notícia da morte de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, que faleceu na madrugada desta segunda-feira, 21, aos 88 anos. As informações sobre a morte do papa foram divulgadas pelo Vaticano, mas a causa ainda não foi revelada. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.
O papa Francisco se recuperava de um quadro respiratório grave, que o deixou 37 dias no hospital, entre fevereiro e março deste ano. Ontem, no Domingo de Páscoa, o papa fez uma aparição para abençoar milhares de pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Com a partida do líder religioso, algumas pessoas se perguntaram o que irá acontecer com a jornalista e correspondente da Globo, Ilze Scamparini, de 66 anos, que reside em Roma, na Itália, e é sempre a responsável pela cobertura do Vaticano e do papa Francisco.
Segundo apuração da reportagem de IstoÉ Gente, a profissional segue em Roma como correspondente da emissora, até que outro papa assuma o lugar de Francisco. A Igreja Católica se prepara para o processo de escolha de seu novo líder, por meio do conclave.
No conclave, cardeais de todo o mundo se reúnem no Vaticano para votar no sucessor do papa falecido ou que tenha renunciado. Após a saída do pontífice, a Igreja entra em um período de sede vacante, e a chegada do novo líder pode demorar alguns meses.
Oito cardeais brasileiros estarão presentes no processo de escolha do papa que herdará o lugar de Francisco. Cinco deles, inclusive, foram nomeados pelo próprio argentino — os outros três, por Bento XVI durante seu papado.
Cardeais com 80 anos ou mais não podem votar, mas podem receber votos. O Brasil tem um cardeal nessa faixa etária: dom Raymundo Damasceno, de 88 anos. O país conta, portanto, com sete cardeais eleitores.
Ao todo, compõem o Colégio Cardinalício da Igreja Católica 252 cardeais, dos quais 138 são eleitores. Para ser eleito, o cardeal precisa de ao menos dois terços dos votos — a maioria qualificada.
Ausência de Scamparini na cobertura da internação do Papa
Em fevereiro deste ano, os telespectadores sentiram a falta de Ilze Scamparini na cobertura da internação do Papa.
Nos canais da Globo, outros repórteres foram escalados para falar sobre o caso, como o correspondente Murilo Salviano, que deixou Londres para cobrir a internação do Papa na Itália.
Na GloboNews, Mirticeli Medeiros foi a responsável por fornecer as atualizações sobre o estado de saúde do religioso.
O motivo da ausência de Ilze Scamparini foi suas férias no Brasil. A jornalista estava no país acompanhada do marido, Domenico Saverni Mezzatesta.
Internação do Papa Francisco
No dia 17 de fevereiro, o Papa Francisco foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana, em meio a um quadro descrito como uma “situação clínica complexa”. Na ocsasião, ele foi internado em um hospital de Roma.
IstoÉ Gente reúne algumas curiosidades a respeito da carreira da profissional da jornalista. Confira a seguir!
Trajetória de Ilze Scamparini
Ilze Lia Scamparini é neta de italianos e nasceu um dia após o Natal, em 1958. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP) em 1982, trabalhou em jornais como o Diário do Povo, dessa cidade. Em 1981, foi repórter do TV Mulher, na afiliada da Globo. No Rio, realizou uma matéria sobre as enchentes de verão, enfrentando a água, já que o trânsito estava totalmente parado. Outra matéria marcante foi sobre um incêndio no Pico das Agulhas Negras, realizada de helicóptero, todos os dias.
Desde 1999, Ilze Scamparini traz de Roma, na Itália, e do Vaticano, as principais notícias da Europa, incluindo aquelas que envolvem a Cúpula Católica, como a morte do papa Bento XVI, no último dia de 2022.
Em pouco mais de 15 anos, Ilze Scamparini acumulou coberturas factuais, esteve em palcos de tragédias e cobriu o primeiro Rock in Rio. Antes disso, foi contratada da TV Campinas (interior de São Paulo), onde, em 1983, passou a cobrir as férias de colegas do Jornal Nacional.
Um ano mais tarde, trocou aquele estado pelo Rio de Janeiro. Em seguida, mudou-se para Brasília, onde cobriu a morte de Tancredo Neves (21/04/1985), além de acompanhar o noticiário político-econômico.
Outro destaque foi a cobertura da tragédia em Goiás com o Césio 137, o acidente nuclear em Chernobyl (Ucrânia) e o massacre na comunidade de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, onde esteve no desfile das escolas de samba no Carnaval de 1987.
Em 1985, Ilze apareceu com glitter no cabelo, óculos de plástico e bottons para noticiar ao Fantástico o primeiro Rock in Rio. Um pouco mais tarde, viajou para Buenos Aires para sua primeira matéria no exterior, sobre o plano Austral do governo argentino.
Sua estreia no Globo Repórter ocorreu em 1986, com uma viagem a Guadalajara (México). Em seguida, realizou inúmeras matérias tanto no Brasil (Angra dos Reis, Ilha Grande) quanto no exterior (Alemanha, África do Sul).
Scamparini também cobriu Copas do Mundo, como as de 2006 (Alemanha), 1986 (México) e 1990 (Itália). Posteriormente, passou uma temporada em Nova York (1991). Nessa mesma época, se passou por uma imigrante ilegal durante a Guerra do Golfo. Em 1997, tornou-se correspondente internacional em Los Angeles (EUA), retornando ao Brasil até que, em 1999, chegasse à Itália.
Desde então, além da morte do papa Bento XVI, cobriu seu conclave e renúncia, bem como a escolha do papa Francisco, sem esquecer, claro, o falecimento do papa João Paulo II.
Ilze Scamparini é casada há quase 20 anos com o roteirista italiano Domenico Saverni Mezzatesta e optou por não ter filhos.