Filha de Roberto Jefferson, a ex-deputada Cristiane Brasil foi obrigada a pedir desfiliação do PTB dois meses depois que o próprio partido anunciou a sua expulsão. Cristiane foi expulsa em outubro junto com outras lideranças, como o blogueiro Oswaldo Eustáquio e o pastor Fadi Faraj. Mesmo assim, ela ainda não tinha sido desligada.

“Se esses caras não têm coragem nem para me expulsar, não tem como ficar no partido. Não quero ser liderada por uma pessoa incapaz”, afirmou a ex-deputada a ISTOÉ, em alusão à atual direção da legenda. “Eu estava esperando que isso acontecesse só para ter o comprovante de ter sido desligada depois de 20 anos dentro do PTB”. Ela já foi presidente nacional da legenda.

Cristiane e os outros dois petebistas expulsos integravam uma ala resistente à gestão da atual presidente do PTB, Graciela Nienov, envolvida em suspeitas de corrupção. Nienov herdou o partido das mãos de Jefferson, que adotou a dirigente como uma espécie de “filha postiça”. Ele chegou, inclusive, a apoiar a decisão de Graciela de expulsar Cristiane Brasil da legenda. Na época, Cristiane chegou a afirmar que o pai “não estava bem da cabeça”.

A ex-parlamentar fez o pedido de desfiliação no começo desta semana, via e-mail enviado ao presidente do PTB-RJ, Marcus Vinícius Neskau. “Caro presidente, deputado Marcus Vinícius Neskau, solicito a minha desfiliação do PTB. Agradeço antecipadamente”, escreveu a filha de Jefferson.

Jefferson está preso desde agosto e está sendo investigado no inquérito das milícias digitais que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo atrás das grades, ele ainda dá grande parte das cartas no PTB e conta com a ajuda de Nienov para que consiga ter controle sobre a sigla.