Como todos já sabem, o Congresso deu as cartas em 2019 e continuará dando em 2020, pela total inoperância e incapacidade política de Jair Bolsonaro em articular sua base política. Foi graças a Rodrigo Maia, na Câmara, e a Davi Alcolumbre, no Senado, que as reformas andaram neste primeiro ano do novo governo, embora de novo não tenha apresentado nada, sobretudo na área de costumes, onde regredimos à época da ditadura militar dos anos 60. Não fossem Maia e Alcolumbre, o Brasil não teria saído do lugar e não teríamos agora a possibilidade de termos um 2020 um pouco melhor.

Alguns bolsonaristas dizem que 2020 será melhor porque o ministro Paulo Guedes implantou algumas medidas liberais na economia que poderão fazer com que o Brasil cresça até 2.5% neste novo ano. Mas sempre é bom lembrar que o déficit público foi reduzido, os juros só caíram e a inflação manteve-se sob controle porque as reformas feitas no Congresso, especialmente a da Previdência, viabilizaram esse cenário mais favorável para 2020. E a economia só crescerá 2,5% agora e outros 2,5% em 2021, caso outras reformas seja introduzidas, como a reforma tributária e a administrativa. Mais uma vez, a economia dependerá da ação de Maia e Alcolumbre. Bolsonaro ficará de rainha da Inglaterra assistindo de forma impassível e beligerante, como fez neste primeiro ano de governo.

Afinal, se em 2019 ele teve o apoio do PSL, em 2020 nem isso terá, porque ele se encarregou de implodir o partido que lhe dava apoio, para criar a nau da insensatez, a Aliança pelo Brasil. As pesquisas já provaram que o brasileiro deseja crescimento econômico, mais empregos, estabilidade econômica, mas quer também um país sem corrupção, democrático, sem preconceitos, sem perseguição às minorias, com a preservação do meio ambiente e, sobretudo, com paz e uma sociedade mais fraterna e justa, distante deste embate ideológico que o bolsonarismo quer nos manter permanentemente submersos. Que o bom senso prevaleça e que tenhamos em 2020 um Brasil sem os extremistas, da direita e da esquerda.