Que o Brasil é um País paradisíaco e repleto de riquezas naturais não é novidade pra ninguém. Mas, muitas vezes os próprios brasileiros não conhecem seu próprio território. Foi pensando nisso que, pela primeira vez, a famosa travessia dos sertões não será feita apenas de carro ou moto, e sim de kitesurf, pelo mar. “Os sertões”, empresa com 28 anos de tradição em organização de rallies, escolheu o Nordeste como palco do evento porque a região é conhecida como a “capital mundial” do esporte aquático radical. Os velejadores irão percorrer cerca de 500 Km para desbravar as águas do litoral de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, até Preá, no Ceará.

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“Teremos o primeiro rally aquático do mundo. Iremos levar a ‘poeira’ para o mar”, afirma Joaquim Monteiro, CEO do projeto. Em entrevista à ISTOÉ ele exaltou a modalidade e chamou atenção para o fato das viagens dentro do Brasil serem, por vezes, feitas mais por estrangeiros do que por nativos. “Queremos promover um Brasil para o brasileiro. Muitos não conhecem o País”, diz. O kitesurf depende estritamente do vento e a competição, batizada de Rally dos Mares, acontecerá entre os dias 8 e 14 de outubro, época favorável à prática.

AVENTURA Objetivo de Joaquim Monteiro é promover o Brasil para os brasileiros (Crédito:Divulgação)

Para Jalila Paulino, coordenadora do projeto, o futuro da modalidade tem tudo para ser próspero. “É um esporte em crescimento no mundo e o Brasil é o centro. Aqui faz tempo bom todo dia. Tem gente que atravessa o planeta para andar de kite no Nordeste”, conta. Apesar do impacto devastador da pandemia no País, a organização dos sertões possui um plano para garantir a saúde e segurança dos competidores: uma vila móvel. Apelidada de “Vila Kite”, as instalações servirão de base para os participantes da prova. A acomodação será feita em tendas individuais e os participantes poderão comer pratos típicos da região em que estiverem. “Levamos dois anos para elaborar e colocar o projeto de pé”, diz Monteiro. Embora o kitesurf seja praticado principalmente por homens, Jalila conta que as mulheres têm um papel importante na difusão do esporte e ganham cada vez mais espaço. Apesar de exigir bastante do corpo, não há limite de idade para velejar. Serão 100 participantes, entre profissionais e amadores, divididos em quatro categorias. Monteiro antecipa que o evento promete. “Já temos muita procura. Faremos história, com certeza”, diz. Agora é só torcer para que os bons ventos soprem no Rally dos Mares.