Se o xenófobo Viktor Orban já está há oito anos no cargo de primeiro-ministro da Hungria, por que tantos países europeus entraram em pânico com a sua vitória nas eleições parlamentares? A resposta explica o temor: Orban parte para o terceiro mandato, mas, diferentemente do passado, está agora mais forte do que nunca para colocar em prática a sua ideologia nacionalista de extrema direita e seus métodos beligerantes na condução de questões envolvendo imigrantes e refugiados no leste europeu. Orban conquistou mais de dois terços na Assembleia Nacional, o que siginfica que a coalizão partidária que lhe assegurou o poder vai ocupar 133 cadeiras das 199 que compõem o Parlamento. E obteve 69% dos votos, colocando-se quatro pontos percentuais acima do segundo mais votado – tal diferença jamais fora vista antes na Hungria, país com cerca de dez milhões de habitantes. O primeiro ato de Orban será pôr para funcionar o seu plano “stop Soros”: trata-se de um imposto de 25% sobre doações a ONGs e fundações que cuidem de refugiados e imigrantes, frequentemente apoiadas pelo bilionário George Soros. Mais: será punido qualquer voluntário que não mantiver uma distância de oito quilômentros em relação a trechos das fronteiras pelos quais os imigrantes ingressam em território húngaro. “Agora temos elementos para escrever a história”, declarou o porta-voz, Zoltan Kovacs. Dá medo. A Hungria passou a comandar o bloco xenófobo a leste da Europa formado pela Polônia, República Checa e Eslováquia. O jornal The Guardian publicou uma entrevista com Laurent Pech, conceituado professor da Universidade de Middlesex, no Reino Unido. “Viktor Orban está cada vez mais perigoso”, diz ele. Mais perigoso e, infelizmente, mais popular.

RELIGIÃO
Francisco joga duro

Na semana passada, o papa Francisco foi mais pragmático do que nunca. Tentou fazer com que os católicos entendam que a pobreza de milhões de pessoas no mundo é tão importante como os dogmas. Ele tocou num ponto crucial: o aborto. Segundo o papa, a mesma veemência usada pelos tradicionalistas na condenação do aborto deve ser posta na luta contra a miséria.

ECONOMIA
Para quem está no “vermelho”

Divulgação

A partir do dia 1 de julho, os bancos vão operar com novas regras para o cheque especial. Procura-se, assim, atenuar a inadimplência em uma das mais caras linhas de crédito. E dá-se uma resposta à questão: se a taxa Selic despencou, por que os juros seguem tão altos? Haverá, agora, uma alternativa de crédito mais barato para quem “estourar” o saldo da conta corrente em 15%. O banco empresta o dinheiro, o cliente zera o cheque e paga o empréstimo parceladamente e com juros menores. O total da dívida dos brasileiros no cheque especial é de R$ 24,3 bilhões.

O setor bancário do País tem 150 milhões de clientes ativos. Desse total, 24 milhões “entraram” no cheque especial

JUSTIÇA
STJ e o massacre do Carandiru

Itamar Miranda

O STJ quer a punição dos 74 PMs que participaram do massacre de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru (já desativada), em São Paulo. Foi em 1992, mas só em 2016 os PMs foram condenados pelo Tribunal do Júri – as penas chegam a 700 anos de prisão. O Tribunal de Justiça de São Paulo anulou o julgamento. Agora, o STJ decidiu que ele vale, sim. O “veloz” andar do processo o empurra à prescrição.

DOCUMENTÁRIO
Viúva assegura que Elvis Presley se suicidou

Está em cartaz nos EUA o documentário “Searcher”. Trata de Elvis Presley, um dos maiores ídolos do rock and roll em todos os tempos. É sabido que Elvis morreu de overdose de medicamentos para emgarecimento, em 1977. A novidade do filme é que a sua viúva, Priscilla Presley, 72 anos, assegura que ele se suicidou.

CIÊNCIA
O deserto do Saara cresceu

Estudo inédito de pesquisadores da Universidade de Maryland, nos EUA, analisou os índices de chuva em todo o continente africano, a contar de 1920. O objetivo era ter, pela primeira vez, um amplo quadro das situações de seca no deserto do Saara – nele, a média anual de chuva não ultrapassa os 100 milímetros. A conclusão é que o Saara, maior deserto do planeta, teve a sua área aumentada em aproximadamente 10%. Esse é um índice fixo de crescimento. Há, no entanto, outra porcentagem, sazonal, que oscila: durante o verão no norte da África, o Saara chega a expandir suas fronteiras para a casa dos 16%. Segundo os cientistas, fenômenos climáticos e a ação do homem levaram à essa situação.

PESQUISA
Vai mal a América Latina

80% dos latino-americanos acreditam que os governantes de seus países estão envolvidos em corrupção. Mais: 1 a cada 4 cidadãos mostra-se convencido de que há fraude nas eleições em todas as nações do continente. O índice de satisfação com os serviços de atendimento na saúde pública é de apenas 41%. Os dados foram divulgados na semana passada pelo BID, Cepal e OCDE. Outro síndices importantes que traçam um retrato bastante preciso e atual da América Latina: 52% da população do continente consideram que o certo é não pagar impostos. 75% não confiam no governo de seu país. 34% confiam no Poder Judiciário. 29% não confiam no Poder Executivo. 56% estão satisfeitos com o sistema educacional.