Ficar velho é sempre uma dúvida entre o bom e o ruim. Se envelhecemos é porque não morremos – ponto para o bom! Mas as costas doem, o fígado grita ao menor exagero e a memória falha com frequência – pontos para o ruim!

O lado bom, também, é ter vivido muito. O lado ruim é que temos menos anos à frente do que passados. Mas tendo visto muito, do alto dos meus 56 anos de idade, me lembrei de um filme antigo, lá dos idos de 1985: “O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas”.

Lembrei-me, igualmente, de um livro, “O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida”, este mais recente, de 2016. Ambos (filme e livro) caminham na mesma direção entre marco temporal e expectativa futura. Lembrem-se sempre de que “o futuro a Deus pertence”, hehe.

Após quatro Dias da Independência funestos, onde (falsamente) em nome da pátria, Deus e família, um tirano mequetrefe, Jair Bolsonaro, sequestrou a data e os símbolos nacionais, em prol de um projeto autocrata de poder, teremos um 7 de setembro diferente.

Imagino – e espero – não ver mais aquela gente tosca, brega, vestida com camiseta da CBF, óculos escuros Ray-Ban (falsificados), cabelos mal tingidos, barrigas para lá de proeminentes, pedindo golpe de Estado, batendo continência para pneu e rezando para Ets.

Espero não ver nem ouvir golpistas idiotas, motivados por fake news primárias, compartilhadas freneticamente em grupos de WhatsApp semelhantes a manicômios judiciais e/ou escolas de ensino fundamental – abaixo da 5a série, portanto.

Sim, é verdade, nada de especial habita hoje a Presidência da República e cercanias. Ao contrário. É um ex-tudo (ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) alçado novamente ao Poder, por obra de ministros amigos e eleitores desesperados.

Porém, sejamos justos, nada comparado – e não falo de corrupção, pois nesse quesito o lulopetismo é insuperável – com o bolsonarismo extremo: golpismo, negacionismo, intolerância, ignorância, isolamento internacional, morticínio etc.

Quando falo em “primeiro 7 de Setembro do resto de nossas vidas” é a isso que me refiro. Um Dia da Independência livre da escuridão que tomou conta do Poder central do Brasil nos últimos quatro anos. Um 7 de Setembro livre de Bolsonaro e seus golpistas infames.

Se não são o País e o Dia da Independência ideais, ao menos já trazem um pequeno alento. Quem sabe, em 2026, não escolhamos melhor nosso presidente e, em 2027, não possamos sair às ruas com orgulho e sentimento pátrio legítimo? Depende apenas de nós.