Quanto mais se chega perto de novembro, mais se acirra a disputa à Casa Branca. Estão sendo investigados cerca de 15 mil emails da candidata democrata à presidência, Hillary Clinton. Motivo: para essas mensagens ela utilizou servidor e conta pessoais, mesmo estando à época no cargo de secretária de Estado, e isso é ilegal no país. A existência dos emails foi revelada somente agora, e eles se somam a outros 30 mil que já foram analisados pelo FBI e considerados “limpos”. Há, no entanto, mais águas turbulentas em que Hillary terá de navegar: as influências da Fundação Clinton no Departamento de Estado, após a Associated Press ter revelado que diversas pessoas do setor privado recebidas pela ex-secretária, enquanto estava no governo, fizeram doações diretas ou indiretas à entidade filantrópica da família. O eleitor americano é capaz de dar de ombros diante de um escândalo sexual envolvendo candidato, mas tem tolerância zero com práticas patrimonialistas. Donald Trump, o oponente republicano, não perdeu a oportunidade de colocar mais lenha na fogueira: declarou que a instituição dos Clinton é “o mais corrupto empreendimento da histórica política do país”. Na quarta-feira 24, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, prometeu que divulgará novos dados envolvendo a candidata e que eles podem ser “significativos” para a eleição. Hillary terá, portanto, de provar detalhadamente que esses novos emails e todas as doações que recebeu não arranham a sua credibilidade. Se o eleitor acreditar em seu discurso, ela provavelmente será eleita. E que assim seja. O preço de eventuais deslizes não pode ser o mundo se sentir ameaçado com Donald Trump na presidência dos EUA.