Morar sozinho nunca foi tão popular como agora. Fatores econômicos, sociais e o envelhecimento da população são as principais causas que levam ao aumento dos lares que são ocupados por apenas uma pessoa. A recém-divulgada Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, em dez anos, o aumento desse percentual de brasileiros foi de 43,7%, chegando a 10,8 milhões. Em 2012, havia no Brasil 7,5 milhões de domicílios com um único morador.

Das residências totais do País, 14,9% são desse percentual. Mas afinal, quem são os brasileiros que vivem sozinhos? A maioria são homens. Na média nacional, eles representam 56,6% desses residentes. No recorte regional, eles ultrapassam os 60% no Norte e no Nordeste. De outro lado, 43,4% dos residentes no país são do sexo feminino: no Sudeste e no Sul esse percentual está acima dos 45%. Esse é o caso da visagista Tatiana Carla, de 53 anos, que mora na capital paulista. Durante a pandemia, a única filha, de 23 anos, foi morar com o namorado e ela se viu com o apartamento só para si. “Sai da casa dos meus pais com 18 anos e acho que ela puxou essa característica de querer buscar independência cedo”, diz. Para ela, morar sozinha não é sinônimo de solidão.

“É muito bom ser independente, poder escolher a decoração da casa. No começo foi um baque, mas estou bem feliz com asituação”, explica. Ela pretende reformar o quarto da filha em um local de trabalho. Segundo o levantamento, quando o assunto é a população feminina, a maioria das mulheres morando sozinhas, tem mais de 60 anos, ressaltando a mudança de comportamento entre os idosos, que vivem mais e de forma independente. Por enquanto, os números foram estimados de forma amostral, mas com a realização do censo demográfico ainda esse ano será possível ter uma base de dados mais precisa, incluindo efeitos da pandemia de covid-19.