Interessante observar os resultados das eleições. Como algumas figuras conseguiram se eleger é assombroso. É claro que assombroso para mim, porque para uma boa parte das pessoas foi sensacional. E é aí o ponto mais curioso da democracia. Ela é burra e não funciona. É o melhor que temos, qualquer outra possibilidade pensada até hoje não me parece superior a ela, mas a democracia, como é, ainda precisa de aprimoramentos profundos. Numa empresa, quem elege o presidente não são os funcionários, é um conselho. Porque a maioria dos funcionários não faz a menor ideia de como conduzir uma empresa, não tem informações suficientes para embasar uma opinião de quem seria o melhor presidente e nem se interessa por isso. E boa parte, da pequena parte dos que se interessam, se interessa apenas pensando no benefício próprio e não no do todo. Com um país é a mesma coisa. Nós, população/funcionários, não estamos preparados para eleger alguém.

Eu não acho que tenho preparo suficiente para decidir quem deveria presidir uma nação, por exemplo. Poucos (pouquíssimos) são aqueles que podem falar sobre os candidatos com propriedade e conseguem fazer uma análise do momento político de agora e do futuro. Claro que eu votei pensando num País melhor, não pior, mas eu não faço a menor ideia se eu fiz direito. Pouquíssimas pessoas fizeram isso. Pense bem, você estudou de verdade os candidatos? Então. Podemos perceber isso com duas decisões em votações que pegaram a todos de surpresa. Inclusive os votantes. A da aprovação da saída do Reino Unido da UE e a do acordo de paz na Colômbia com as Farc. Olhando de fora, a maioria diz que foram duas decisões equivocadas.

Mais uma vez digo, a democracia é o que temos de melhor. Ou de menos pior. Mas a cada eleição eu percebo que precisamos urgentemente repensar tudo. A maioria decidir é o certo. Mas lembrem que a maioria, na Alemanha, apoiou o nazismo. Também não estou aqui fazendo apologia ao parlamentarismo ou à monarquia, muito menos à ditadura. Só observo que o povo, e eu faço parte dele, não é bem informado, não tem boa educação e, pelo número de abstenções, também não está muito interessado em política ou pelo menos está desestimulado com ela. Aí esse povo é que decide quem vai governar? Tenho dúvidas. Não faço a menor ideia de qual seria a solução, deixo isso para aqueles bem mais aprofundados. Mas enquanto ainda não inventam jeito melhor, seguimos, em algumas cidades, rumo ao segundo turno. Vote consciente. Ou pelo menos tente.