O polêmico ‘chip da beleza’: Implante hormonal é mocinho ou vilão da saúde?

O polêmico

Os hormônios são fundamentais para o corpo porque regem todas as funções do nosso organismo. Influenciam na fome e saciedade, no controle do peso, sono, envelhecimento, pele, cabelo, na libido e muito mais. Em situações em que a queda hormonal ocorre, a terapia de reposição com implante hormonal, também chamado de “chip da beleza”, é uma saída importante.

O que é o chip da beleza?

O implante hormonal de gestrinona ganhou esse apelido de “chip da beleza” pois possui um efeito androgênico, ou seja, potencializa os efeitos da testosterona no corpo. “Com isso, pode aumentar libido, amassa muscular e força”, explica o médico endocrinologista Aloísio Vargas à IstoÉ. “Ao mesmo tempo, ele tem uma ação anti-estrogênica no endométrio, melhorando sintomas de cólicas, alto fluxo menstrual e até TPM. Sua função é para tratar endometriose e miomatose”, complementa o especialista.

A dançarina Sheila Mello é uma das clientes que fazem o tratamento com Aloísio Vargas.

O problema com o implante é que hoje profissionais sem ética ou qualificação estão administrando os implantes para fins puramente estéticos, sem indicações corretas, e com doses absurdas, o que pode acarretar inúmeros prejuízos para a saúde.

Mocinho ou vilão?

O implante hormonal foi criado na década de 1940 nos Estados Unidos para tratamento de menopausa e queda de testosterona em homens. “Trata-se de uma base de colesterol com hormônio aplicada sob a pele e que vai sendo liberada gradativamente por até 6 meses”, explica Aloísio.

Quando bem indicada, segundo o médico, “a técnica pode melhorar muito a qualidade de vida de mulheres na menopausa, diminuir os fogachos, aumentar a lubrificação vaginal, melhorar humor, sono, ossos e incontinência urinária”. Em homens com baixa hormonal, ele destaca: “normaliza a libido, ajuda no peso e no controle do açúcar, no ganho de massa muscular, no sono, na queima de gordura, na memória e na energia”.

“Mas é fundamental ter a indicação correta, por isso o ideal é que essa reposição seja feita por médicos endocrinologistas, que são os especialistas em hormônios e habilitados para lidar com essas questões”, alerta.

Contraindicações

As contraindicações dos implantes são as mesmas de outras formas de terapia de reposição. Não pode ser usado em mulheres que tiveram trombose, câncer de mama ou de útero, nem em homens que tenham eritrocitose, hiperplasia prostática benigna importante ou que não tenham baixa real de testosterona, entre outros.