Música
O poeta que deu voz às rosas

IMORTAL Cartola no palco, em uma das fotos da mostra: erudição intuitiva
IMORTAL Cartola no palco, em uma das fotos da mostra: erudição intuitiva

“Ocupação Cartola” percorre a obra e a intimidade do sambista por meio de fotos, gravações, shows e poemas inéditos

A vida de Cartola não caberia em um samba, nem mesmo em uma obra-prima como “As Rosas não Falam” e “O Mundo é um Moinho”. Compositor de mais de 500 músicas que deixam transparecer sua erudição intuitiva, o carioca Angenor de Oliveira (1908-1980) só conseguiu gravar o primeiro disco aos 66 anos. Fundador da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, para a qual escolheu as cores verde e rosa, ele se afastaria da agremiação na década de 1950, permanecendo na “obscuridade”, como diria mais tarde, simplificando sua complexa história.

Em cartaz até 13 de novembro no Itaú Cultural, em São Paulo, a “Ocupação Cartola” não quer simplificar e sim permitir uma maior compreensão do sambista imortal. A mostra reúne 47 itens originais, entre eles o som de “Quem me vê Sorrir” (seu primeiro registro gravado), fotos de época e até manuscritos de poemas inéditos. A mostra percorre o universo de Cartola e, claro, Dona Zica, seu grande amor, com quem ele dividiu a cama e montou o famoso restaurante Zicartola, onde Clementina de Jesus foi revelada. Shows de Fabiana Cozza (curadora da mostra), Nelson Sargento, Áurea Martins e rodas de conversa completam o programa.

“O mundo é um moinho”

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Estrelado pelo ator Flávio Bauraqui e pela cantora Virgínia Rosa no papel de Dona Zica, o musical “Cartola – O Mundo é um Moinho” reproduz o dia-a-dia de uma agremiação carnavalesca que se prepara para o Carnaval tendo como enredo a vida e a obra do personagem-título. O texto é de Artur Xexéo, a encenação de Roberto Lage e a direção musical de Rildo Hora. Com trinta apresentações agendadas para o Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, o espetáculo receberá um convidado diferente a cada semana.

Livros
Tarrafa Literária

O Festival Internacional de Literatura chega à oitava edição reunindo autores como o holandês Arnon Grunberg, o mexicano David Toscana e o angolano Pepetela para debater temas ligados à sexualidade e ao ofício da escrita. Além dos encontros com autores, o público poderá assistir a montagens teatrais como “Solidão no Fundo da Agulha”, de Ignácio de Loyola Brandão e sua filha, a cantora Rita Gullo. Dias 21 a 25, em Santos (SP).

Arte
J. Carlos em Revista

Cerca de 300 peças do caricaturista carioca J. Carlos (1884-1950) ocupam o Centro Cultural dos Correios, em São Paulo, até 20 de novembro. Autor de mais de 50 mil ilustrações para as principais revistas de sua época, J. Carlos popularizou banhistas, foliões do carnaval e a “melindrosa”, inspiração para a moda feminina nos anos 1920 e 1930.

Televisão
Sob o domínio do mal

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Na minissérie “Supermax”, que a TV Globo exibe a partir da terça-feira 20, doze criminosos participam de um “reality show” dentro de um presídio de segurança máxima. O vencedor irá embolsar R$ 2 milhões. O elenco combina Mariana Ximenez e Cleo Pires a nomes do teatro como Maria Clara Spinelli e Rui Ricardo Diaz. Enquanto lutam pelo prêmio, os personagens — e os crimes que cometeram — vão aos poucos se revelando. O clima de suspense avança para o terror quando os prisioneiros começam a sentir a presença de forças e eventos sobrenaturais.

Cinema
Um “remake” refilmado

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O japonês Akira Kurosawa (1910–1998) se tornou mundialmente conhecido depois que seu filme “Os Sete Samurais” (1954) ganhou uma versão hollywoodiana: “Sete Homens e um Destino” (1960), com Seteve McQueen e Charles Bronson no elenco. Agora, o diretor Antoine Fuqua decidiu atualizar o faroeste em que sete pistoleiros se juntam para salvar uma cidade sem lei do jugo dos bandidos. Estrelado por Denzel Washington,“Sete Homens e um Destino” (2016) estreia nos cinemas brasileiros na quinta-feira 22.

Livros
“Homens Elegantes”

A alta-sociedade britânica do século 18 é o pano de fundo dessa trama bem urdida pelo gaúcho Samir Machado de Machado. “Homens Elegantes” (Rocco), começa com a apreensão de um carregamento de livros eróticos no Rio de Janeiro e um homem encontrado morto dentro de um barril em Lisboa. Os dois episódios levam um soldado brasileiro a Londres para esclarecer o mistério, narrado com pitadas de Érico Veríssimo, “Barry Lyndon” (filme de Stanley Kubrick) e até do game “Assassin’s Creed”.

“Contos Peculiares”

Autor da trilogia “O Orfanato da srta. Peregrine para Crianças Peculiares”, cujo primeiro livro chega aos cinemas ainda esse mês pelas mãos de Tim Burton, o escritor Ransom Riggs não para de produzir. Em “Contos Peculiares” (Intrínseca), ele reúne lendas do “foclore peculiar” que a srta. Peregrine gostava de ler para seus protegidos. Entre suas personagens fantásticas há uma princesa com língua de cobra, uma jovem que faz amizade com fantasmas e um homem que se transforma em ilha.

AGENDA

“A Reunificação das duas Coreias”

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Sete atores se revezam em 47 personagens ao longo das 18 cenas independentes que abordam o amor sob diversos pontos de vista na peça do francês Joël Pommerat. No Teatro Morumbi Shopping, em São Paulo.

“Entrepartidas”

Na premiada peça sobre amor e abandono, os espectadores andam de ônibus pela cidade — e o espetáculo ocorre ao longo da viagem. Dias 22 a 25 em Anápolis (GO) e a partir de 7 de outubro no Rio de Janeiro.

Mulheres em Cena

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Com 18 filmes realizados por algumas das mais importantes diretoras latino-americanas, como Laís Bodanzky, de “Chega de Saudade” (foto), a mostra ocupa o Centro Cultural do Banco do Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a partir da quarta-feira 21.

Fotos: divulgação; Caiuá Franco/Globo