As mulheres representam 52% do colégio eleitoral e podem decidir o pleito. Algumas delas estarão nas urnas eletrônicas com chances de serem eleitas vice-presidente ou presidente. As senadoras Simone Tebet e Eliziane Gama são as que estão mais perto de integrarem chapas que almejem o poder no pleito de outubro. Simone é candidata a presidente pelo MDB e pode também ser vice de Doria, a depender do entendimento entre o PSDB e o seu partido. Eliziane também está cotada como vice do governador de São Paulo caso os tucanos fechem a composição de uma federação com seu partido (Cidadania). Há os que apostam até em um acordo envolvendo PSDB, Cidadania e MDB. A ministra Tereza Cristina, por seu lado pode ser candidata a vice de Bolsonaro, embora o capitão prefira o general Walter Braga Neto.

Federações

O Cidadania decidiu que vai federar com algum partido por quatro anos. O diálogo acontece com PSDB, Podemos e PDT. O senador Alessandro Vieira (SE), inclusive, esteve, no Palácio dos Bandeirantes na semana passada para tratar do assunto. Ele ainda não desistiu da corrida presidencial, mas, por ser mulher e nordestina, Eliziane é a favorita para a vaga de vice.

Esquerda

Ciro Gomes (PDT) até gostaria que Marina Silva fosse sua vice, mas ela prefere disputar as eleições como candidata à Câmara dos Deputados, por ter um desafeto na campanha do pedetista: o publicitário João Santana. Na campanha de 2014, quando ela foi candidata a presidente pelo PSB, Santana foi o marqueteiro de Dilma que “destruiu” sua imagem.

Limpando a ficha suja

Pedro Ladeira

Arthur Lira age como uma raposa felpuda. Em 2016, foi condenado em 2ª instância com base na Lei de Improbidade por desvios na Assembleia de Alagoas, o que o tornou ficha suja, e, portanto, inelegível. Se elegeu deputado em 2018 sob liminar. Ao assumir a presidência da Câmara aprovou nova Lei de Improbidade prevendo que esses crimes prescrevem em quatro anos, o que é seu caso. Legislando em causa própria.

Retrato falado

“Esse jogo está longe de estar definido” (Crédito:Bruno Santos)

O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, acaba de se desfiliar do PSB, partido pelo qual quase foi candidato a presidente em 2018. Agora, diz que pretende se reunir com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, pensando em disputar o Planalto. Acha que a eleição não está decidida e entende ter chances. Contaria com o apoio, entre outros, do ex-governador Paulo Hartung (ES). Kassab disse à ISTOÉ que recebe Barbosa, mas adverte já ter candidato a presidente: Rodrigo Pacheco.

Pico da inflação

Um alerta para os que acham que a alta de preços está insuportável: a situação vai piorar em abril e maio. Quem diz isso é o próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, um dos mais sóbrios economistas da equipe econômica. Ele explica que as projeções indicavam que o ápice inflacionário aconteceria em dezembro do ano passado ou janeiro deste ano (em 2021, a inflação foi 10,38%), mas o pico agora acontecerá dentro de dois meses. Segundo Neto, tudo por causa do aumento do petróleo e da alta dos alimentos em razão da quebra das safras agrícolas (seca no Sul e chuvas no Centro-Oeste). O medo do governo é que o processo inflacionário vá até as eleições.

Juros nas nuvens

Graças a isso, o BC terá que continuar elevando a taxa de juros. Na próxima reunião do Copom, a Selic deverá aumentar mais um ponto percentual (no último dia 2, subiu de 9,25% para 10,75%). Desde julho de 2017, a taxa vinha se mantendo abaixo de dois dígitos. Juros altos atrapalham o desenvolvimento.

Toma lá dá cá

Sâmia Bonfim, deputada pelo PSOL-SP (Crédito:Divulgação)

A decisão do PSOL de apoiar Lula será mantida se Alckmin for o vice?
Há muitos militantes do partido, inclusive membros do diretório nacional, que não querem uma aliança com Alckmin porque isso descaracteriza o projeto que a gente tem para o País.

Quais as restrições a Alckmin?
A definição do PSOL é a de que se buscaria a construção da unidade da esquerda para disputar as eleições, com Lula encabeçando esse projeto. É evidente que com Alckmin de vice deixa de ser uma frente de esquerda.

O que a senhora pensa sobre o teto de gastos?
Deve ser imediatamente revogado. Ele impede que o País cumpra com o seu papel fundamental nesse momento, que é o de enfrentamento às desigualdades, à pobreza e à carestia.

Artilharia tucana

Como resposta aos que desejam enfraquecer sua candidatura a presidente, João Doria está montando uma forte chapa de candidatos a deputado federal, incluindo pelo menos 12 dos seus 27 secretários estaduais. É o caso de Sérgio Sá Leitão (Cultura e Economia Criativa), que pretende “lutar na Câmara contra o obscurantismo cultural do bolsonarismo”.

ANDRE DUSEK

Peso-pesados

Uma das apostas do tucano é o secretário Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional), que além de candidato a deputado ficará na coordenação da campanha presidencial e na de Rodrigo Garcia, ao governo do Estado. Serão candidatos ainda Rodrigo Maia (Projetos Estratégicos) e Rossieli Soares (Educação). Meirelles (Fazenda) disputará o Senado por Goiás.

Chumbo grosso

Lula Marques

O deputado Rui Falcão disse à Globo News, na sexta-feira, 11, que o PT cometeu erros no campo ético, mas também acertos e garante que Lula não teme o debate sobre corrupção, pois não foram os petistas que roubaram a Petrobras e sim membros dos partidos aliados. Só Palocci confessou ter roubado, disse. Para ele, Bolsonaro é quem mais teme a discussão, já que sua família está envolvida nas rachadinhas.

Rápidas

* A primeira brasileira a tomar uma dose de vacina contra a Covid (Coronavac), a enfermeira Mônica Calazans, do HC-SP, será candidata a deputada federal pelo PSDB, a pedido de Doria. Estava filiada ao MDB, mas o tucano deseja que ela fique sob suas asas na campanha.

* A imunização contra a Covid, afinal, será um dos temas da corrida presidencial. O próprio filho do presidente, Flávio, admitiu que o fato de seu pai ser contra a vacina está prejudicando seu desempenho nas pesquisas.

* Mourão deve renunciar ao cargo de vice até 2 de abril para disputar vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul. Assim, quando Bolsonaro se ausentar por saúde ou viagem ao exterior, o presidente da Câmara assume o Planalto.

* O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) está sendo pressionado a deixar a campanha da reeleição para o Senado e disputar o governo do Paraná. Nesse caso, enfrentaria Ratinho Júnior (PSD), que deseja ser reeleito.