Para quem não tem ideia do poder do empresário Rubens Ometto neste Governo, para interesses – principalmente – de suas empresas de logística e energia, segue um exemplo.

No último dia 10 de agosto, o dono dos postos Shell no Brasil aterrissou no seu jato em Brasília e seguiu para o Palácio do Planalto, para sua visita anual ao presidente Bolsonaro. Faz isso desde a posse dele em 2019.

Todavia chamou a atenção, desta vez, o tamanho do staff presidencial que acompanhou a reunião, cuja pauta não foi divulgada. Estavam lá, além do inquilino do gabinete presidencial, os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Teresa Cristina (Agricultura), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

Ometto é um dos maiores produtores de etanol e distribuidores de combustíveis do país, com postos onde, também, a gasolina chega a quase R$ 7 na bomba para o tanque do motorista. Ele controla boa parte das ferrovias e tem grandes empresas no setor do agronegócio.

Na semana passada, o Governo federal editou e enviou ao Congresso Nacional a Medida Provisória que deixa nos trilhos a locomotiva para as grandes concessões dos modais de carga do Brasil, com concessão para praticamente 200 anos – 99 anos prorrogáveis pelo mesmo período. Ometto é um dos interessados.