Nos anos 1990, os empresários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles criaram a Fundação Estudar com o objetivo de formar uma comunidade de líderes empresariais. Os eleitos pelo trio tinham apoio para ingressar em universidades internacionais e no mercado de trabalho. Lemann, sócio da 3G e homem mais rico do Brasil, com fortuna avaliada em US$ 30 bilhões, sempre quis passar longe da política. Isso mudou. Pela primeira vez, sete pupilos da Fundação (seis bolsistas e um ex-diretor) vão se candidatar a cargos políticos. Em sua maioria, eles têm o objetivo de aplicar na esfera pública conceitos aprendidos sobre eficiência, empreendedorismo e a importância da qualidade da educação.

Felipe Rigoni, que conseguiu da Fundação Estudar uma bolsa para mestrado em políticas públicas em Oxford, é candidato a Deputado Federal pelo PSB do Espírito Santo. Para governador do Rio Grande do Sul concorre Mateus Bandeira (Novo).
“Eu acho que alguns jovens da Fundação vão ser eleitos agora e espero que nos próximos anos alguns deles cheguem até à Presidência”, disse Lemann, atualmente conselheiro vitalício da Fundação, no encontro anual da ONG realizado na segunda-feira 6. Em uma rápida aparição, o empresário também falou um de seus bordões sobre a importância da persistência na trajetória profissional. “Eu falei para eles que a vida não é ascensão permanente, as coisas vão meio aos trancos e barrancos, os que têm sucesso são aqueles que ficam insistindo e finalmente chegam lá”. Com esse empurrãozinho, eles já chegaram às maiores universidades do mundo — e agora se aproximam do poder.