O projeto de lei do governo conservador para tornar o Reino Unido livre do tabaco terá de esperar, uma vez que não está incluído na agenda do Parlamento nesta sexta-feira (24), antes da sua dissolução no próximo dia 31 de maio.

O primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, anunciou na quarta-feira a data de 4 de julho para as próximas eleições legislativas, e o Parlamento não incluiu no seu programa a votação do projeto de antitabagismo em sua atual legislatura.

O ambicioso projeto de Sunak buscava garantir que os jovens atualmente com menos de 15 anos nunca pudessem comprar cigarros legalmente.

Desta forma, se o texto fosse aprovado, os jovens nascidos depois de 1º de Janeiro de 2009 seriam a primeira geração livre da dependência da nicotina no Reino Unido.

Sunak superou um primeiro obstáculo ao conseguir que seu projeto fosse aprovado na Câmara dos Comuns em meados de abril, com 383 votos a favor e 67 contra.

Os conservadores queriam aumentar progressivamente a idade de proibição da venda de tabaco até que fosse aplicada a toda a população.

“Este projeto tem potencial para eliminar gradualmente o tabagismo entre os jovens quase completamente a partir de 2040”, disse o governo ao revelar o plano.

O Partido Conservador de Sunak, após catorze anos no poder, parece ter poucas hipóteses de continuar a governar, uma vez que está em grande desvantagem em relação aos trabalhistas nas intenções de voto.

“Claro que estou desapontado por não podermos aprovar este texto, dado o tempo disponível”, disse Rishi Sunak nesta sexta-feira, durante uma viagem à Irlanda do Norte.

A oposição trabalhista votou a favor desse projeto de lei e se comprometeu a continuar a política antitabagismo se vencer as eleições.

Por outro lado, o texto que permite a indenização às famílias das vítimas do escândalo do sangue contaminado, que deixou cerca de 3.000 mortos entre as décadas de 1970 e 1990, deverá ser aprovado antes da dissolução do Parlamento.

Separadamente, Rishi Sunak reconheceu na quinta-feira que o seu controverso plano de deportar solicitantes de asilo que chegaram irregularmente ao Reino Unido para Ruanda pode não se concretizar antes das eleições.

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