Rodrigo Pacheco (PSD) só não será candidato ao Governo de Minas Gerais se não quiser. O presidente do Senado tem aval para articular do controlador do partido, Gilberto Kassab, e do presidente Lula da Silva. Foi Lula quem deu o pontapé, ao sugerir o plano para o convidado na viagem para a China no 1º semestre. “Você poderia ser o meu candidato ao Governo em Minas”, provocou o presidente da República. Lisonjeado, Pacheco rebateu com outra provocação. “Posso ser, mas teremos um problema. Se eu começar a falar do STF em público, corro o risco de ser candidato a presidente”. Risadas à parte na cabine do avião – “Lá na frente eu resolvo isso”, soltou Lula – fato é que o senador mira o Supremo nas críticas, no apoio à PEC que limita poderes de decisões monocráticas, e já fala em mandato de 15 anos para os togados. Pacheco tem pesquisas que indicam apoio do eleitor de centro-direita por essas posições. Tira votos de qualquer nome apoiado pelo governador Romeu Zema (Novo), desafeto de Lula.

Lula da Silva provoca Pacheco a ser candidato dele em Minas Gerais para tirar do caminho qualquer nome de centro-direita apoiado por Romeu Zema

Uma ferida pessoal para os Safra

Um trecho na página 140 na biografia do finado Edmond Safra, “A jornada de um banqueiro”, de Daniel Gross, explica o porquê de o Banco Safra contrariar outros bancos e recusar o plano oferecido pela devedora Americanas. Está no gene da instituição secular: “A maneira americana de fazer empréstimos – para estranhos, com base em fórmulas, sem garantias pessoais – era completamente estranha para ele. Toda vez que havia uma perda (…) Edmond perguntava: “Você olhou o sujeito nos olhos? Sentou-se com ele? (…) Para os grandes bancos, as perdas eram simplesmente parte do negócio. Para Edmond, cada uma delas era uma ferida pessoal”.

Gonet já levou ‘fora’

Paulo Gonet (Crédito:Pedro França/Agência Senado)

Afilhado do ministro Gilmar Mendes, o novo PGR Paulo Gonet queria nomear como principal assessor o ex-chefe da Casa Civil do GDF demitido por Ibaneis Rocha, Eumar Novacki. Os procuradores vetaram. O ex-militar não teve sucesso na área jurídica e queria voltar ao serviço público. Gonet escolheu Carlos Mazzoco, secretário de Concursos do MPF.

Delação de Funaro foi para o espaço

A delação do doleiro Lúcio Funaro foi anulada pelo ministro do STF Edson Fachin mês passado, contam fontes do Judiciário. Em março, a Procuradoria Geral da República e o MP entraram com o pedido junto ao gabinete do juiz. O processo corre em sigilo. Desde então, a defesa de Funaro tentou insistentemente medidas procrastinatórias, sem sucesso. O próximo passo é “enquadrar” o delator, sob risco de ele voltar à cadeia. Essa medida muda o jogo para Eduardo Cunha, um dos principais prejudicados pela delação e já abolvido. Porque abre caminho para ele processar a União. É outra derrota da Operação Lava Jato.

Em contato com a Coluna nesta segunda-feira (26) à tarde, a defesa de Funaro enviou a seguinte nota: “O escritório Pedro Jaguaribe Advogados e Associados, na condição de representante do Sr. Lúcio Bolonha Funaro, esclarece que as notícias veiculadas (…), as quais fazem menção a anulação da colaboração premiada de nosso cliente (Sr. Lúcio Funaro) não são verdadeiras. Não é demais relembrar que o processo em curso perante o Supremo Tribunal Federal encontra-se gravado de sigilo, de modo que esta defesa não irá se pronunciar sobre qualquer assunto a ele relacionado (…)”. A defesa alega ainda que Funaro está à disposição para colaborar com a Justiça. A reportagem ratifica que ouviu de três diferentes fontes do Judiciário o supracitado.

Padilha do outro lado da praça

Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha (Crédito:Valter Campanato/Agência Brasil)

Quem o visita sai com a impressão de que o ministro Alexandre Padilha, da articulação do Palácio, quer descer à planície. Deputado federal eleito, ele almeja ser o Líder do Governo na Câmara no lugar de José Guimarães (PT-CE). Padilha alega “cansaço” como ministro das relações institucionais e quer se credenciar junto aos prefeitos para o Senado ou Governo de São Paulo. Seu plano B é o Planejamento, se o presidente Lula da Silva indicar Simone Tebet para o Ministério da Justiça. Neste caso, Padilha concorreria com Miriam Belchior, outra carta na mesa como coringa na Esplanada.

Pá de cal no Museu da Democracia?

O Ministério da Cultura propôs no Orçamento R$ 30 milhões para a construção do Museu da Democracia – a fim de lembrar que a baderna criminosa do 8 de janeiro não se repetirá – mas o relator do PL nº 29/23, senador Beto Faro (PT-PA), jogou pá de cal no plano. Baixou para R$ 1,97 milhão.

Assédio na Embrapa

A Embrapa investiga três denúncias de assédio sexual em unidades no Sudeste e Centro-Oeste em 2023. Todas admitidas pela Comissão Permanente de Prevenção e Combate ao Assédio Moral da estatal. Uma delas já na fase de punição ao servidor. A empresa também registrou 22 denúncias de assédio moral este ano em diferentes filiais no País.

O espírito natalino

A economia deu sinais de aquecimento mas o brasileiro continua cauteloso com o bolso. Uma pesquisa nacional da Ticket indica que 7% dos entrevistados não vão dar qualquer presente de Natal, e 42% deles compram, mas dependem do orçamento. O amigo secreto é aprovado por 62% dos brasileiros, porém 23% não gostam da brincadeira.

NOS BASTIDORES

Será o Michelzinho?

No perfil do ex-presidente Michel Temer (@micheltemer) no Instagram o link na bio cai na página do “Sticker.ly”, aplicativo usado para criar figurinhas para WhatsApp.

Nova chaga da cidade

A Prefeitura do Rio de Janeiro derrubou 3 mil imóveis ilegais desde 2022. Foram R$ 500 milhões de prejuízo para milícias e construtores ilegais. E não são pequenas casas. São prédios de até 6 andares.

Alô, rede bancária

Todo verão os turistas de Trancoso, famoso balneário internacional da Bahia, sofrem com ausência de bancos para saque. Só há uma agência, de um privado. E três caixas Bancos 24 Horas – porém dois deles dentro de comércios que fecham às 19h.

Cevada & mandioca

A cerveja artesanal ganha destaque com viés social. Premiada como a melhor cerveja do Brasil neste setor, a Colombina, de Goiânia, vai lançar uma à base de mandioca. Um fomento a agricultura familiar.