Conjuntos estampados e de tecidos maleáveis deixam a cama para desfilar pelas ruas. Consideradas ou não pijamas, combinações versáteis e divertidas têm tudo do traje de dormir (botões, punhos, lapelas), mas o apreço pelo conforto culminou em modelos que vão além. São camisolas transparentes como vestidos, calças largas com biquíni, entre outros. Vestir a camisa do pijama abandonou o lugar da excentricidade, da vestimenta favorita de Silvio Santos, para significar liberdade e estilo.

Qualquer semelhança não é mera coincidência, já que a moda se dissipa no pós-isolamento social. Há três anos, quando a ordem era ficar em casa, Maysa Araújo, sócia da Lantejoula Shining, migrou as estampas e cores dos bodies e camisetas de Carnaval para roupas de ir para a cama.

Passada a reclusão e aberta a loja física, a troca com o público permitiu perceber suas necessidades. “Colocamos bolso em todas as peças e alguns modelos já estão sendo feitos sem o viés e a gola arredondada. São detalhes para torná-las cada vez mais roupas”, diz.

Segundo Antonio Slusarz, coordenador da graduação de moda do IED, a aderência ao pijama tem a ver com busca por conforto e autocuidado a todo custo. A resistência em certos ambientes tem explicação. “Talvez o principal conflito seja entre aqueles que querem a manutenção da semiótica dos trajes de trabalho e aqueles que entendem que podem aliar produtividade e estilo.” Pijama no trabalho será um sonho distante?