Guilherme Amado Coluna

Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

O peso da ‘realidade do cárcere’ na escolha de Bolsonaro para 2026

Prisão de Bolsonaro tem feito líderes do Centrão apostarem que ele escolherá Tarcísio como candidato em 2026

Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília Foto: AFP

Políticos do Centrão que defendem a candidatura de Tarcísio de Freitas à Presidência em 2026 têm feito um cálculo desde o sábado, 22, quando Jair Bolsonarofoi preso — um cálculo que soluciona a equação com Tarcísio como presidenciável, evidentemente.

Esses líderes do Centrão preveem que, depois de conhecer a “realidade do cárcere”, mais dura que uma prisão domiciliar, Bolsonaro se verá obrigado a escolher um nome com alguma chance de vencer Lula. A aposta seria em um cenário politicamente mais favorável a partir de 2027 ou até medidas de indulto com um aliado no Palácio do Planalto.

Embora as pesquisas até aqui mostrem Lula como favorito à reeleição, Tarcísio é visto no Centrão como um candidato que já partiria com um bom resultado em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, e teria condições de ser competitivo contra o petista ao atrair votos mais ao centro.

Por esse motivo, nomes da família, como Flávio Bolsonaro, são vistos como candidatos com “piso alto e teto baixo” — ou seja, receberiam os votos bolsonaristas e seriam relevantes em razão disso, mas teriam dificuldade no movimento ao centro e não conseguiriam, efetivamente, ameaçar a vitória de Lula.

“Quando a realidade do cárcere bater e a ficha cair, Bolsonaro vai abrir mão de ter o sobrenome na urna. Ele não pode perder a eleição”, vaticinou um político do Centrão.