Desde o conclave que resultou na nomeação de Jorge Bergoglio como papa Francisco em 2013, o mundo pressentiu que o catolicismo passaria por mudanças progressistas, visto que o novo pontífice tinha ideias mais avançadas em relação à grande maioria de seus colegas cardeais. No domingo 23, Francisco deu mais um exemplo de seu trabalho em direção ao progresso ao atribuir pela primeira vez na história da Igreja os ministérios leigos de leitorado e catecismo às mulheres. O ato já é realizado em diversas partes do mundo, principalmente em locais em que não há a presença de homens que podem ajudar padres nas missas. Mas, dessa vez, houve um reconhecimento institucional formal. O pontífice delegou oficialmente a seis mulheres e dois homens a função de leitores e a três mulheres e cinco homens o cargo de catequistas.

“É oportuno estabelecer que podem ser leitores ou acólitos não apenas homens, mas também mulheres” Papa Francisco

No início do ano passado, o papa já havia mudado as regras para os ministérios de leitorado e acolitado, que em geral eram reservados a seminaristas em preparação para o sacerdócio. Na ocasião, Francisco disse que queria trazer estabilidade e reconhecimento público às mulheres que já executavam esses papéis. O que significa que elas podem fazer leituras de escrituras e passagens da Bíblia, ajudar no altar durante as missas, ensinar os dogmas e princípios da religião para crianças e adultos convertidos, além de distribuir a comunhão.

As mulheres, no entanto, ainda estão proibidas de se ordenarem sacerdotisas, pois, segundo a Igreja, os apóstolos de Jesus eram todos homens. Mesmo sem permitir a ordenação sacerdotal às mulheres, Francisco adotou um caminho mais conciliador. “Pareceu-me oportuno estabelecer que podem ser leitores ou acólitos não apenas homens, mas também mulheres. A Igreja reconhece a firme vontade de servir fielmente a Deus e à comunidade cristã”, declarou Francisco.