Fernanda Pessoa começou a se interessar pela pornochanchada quando estagiava na Faap, catalogando os títulos da filmoteca da escola.

Descobriu uma coisa interessante – que aqueles filmes desprezados pela crítica desafiavam a censura do regime e abordavam, muitas vezes de forma escrachada, os temas que os militares queriam silenciar. Tortura, perseguições políticas, assassinatos e, mais, a permanência da velha divisão entre casa grande e senzala, com a objetalização sexual da mulher negra como doméstica ‘desfrutável’, tudo isso está nas pornochanchadas, que espelham o Brasil da época.

Na verdade, o que o olhar da diretora revela é que muitos desses preconceitos e arbitrariedades permanecem até hoje.

Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava

(Brasil/2018, 80 min.)Dir. Fernanda Pessoa

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.