A senadora Rose de Freitas (MDB-ES), participou da live de ISTOÉ nesta  sexta-feira (20). A parlamentar falou sobre os mais diversos temas que movimentam a política nacional, da sucessão na presidência do Senado, passando pelas reformas econômicas à politização da vacina contra o Covid-19.

Ela fez também uma análise do governo federal no enfrentamento ao coronavírus. Primeira mulher a se eleger para o Senado Federal pelo Espírito Santo, em 2014, Rose de Freitas é uma dura crítica ao imobilismo dos parlamentares diante do recrudescimento da crise sanitária.

“O Congresso Nacional tem que parar de brincar com o povo brasileiro”, afirma.

A parlamentar capixaba entende que não é hora do Congresso Nacional cruzar os braços em plena pandemia, mas sim de trabalhar.

“Não existe qualquer razão para o recesso”, diz.

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“A classe política não tem pressa [para as questões urgentes do país] e não olha na mesma direção do povo. O espetáculo do momento é a eleição no Congresso”, avalia.

Rose argumenta e defende que o Congresso, diante da perversa inquietude do governo de Jair Bolsonaro em encarar como tema central a miséria em que estão vivendo milhões de brasileiros, deve tomar uma atitude urgente.

“O povo está voltando a passar fome. A pandemia não acabou. O auxílio emergencial tem que voltar”, disse.

Observadora atenta ao cenário político, com cerca de cinco décadas na vida pública, Rose de Freitas diz que se sente muito incomodada e perplexa com a eleição de Bolsonaro. “Há uma fragilidade institucional. Sinto pena que o Brasil tenha votado com raiva de alguém. Nada que está acontecendo no país tem explicação. Como é que pode?“, questiona.

Para ela, a péssima condução pelo governo federal no enfrentamento à crise sanitária, a falta de compromisso dos ocupantes do poder executivo central com a saúde e a vida dos brasileiros é vexatório.

“A falta de sensibilidade nas palavras, no planejamento e no olhar para as pessoas, são atitudes desumanas”, ressalta.

Outro ponto do governo criticado pela senadora foi o Ministério da Saúde, liderado pelo ministro Eduardo Pazuello.

“Os desacertos do ministro da Saúde não são erros que dá para se consertar amanhã, são vidas que se vão. O presidente tem que demiti-lo para o bem do povo”, critica.

Freitas comentou sobre a importância e urgência de se debater e aprovar as reformas estruturantes, como a administrativa e tributária, falou sobre a força e representação dos partidos na política contemporânea, tratou do tema do toma lá-dá-cá, que o governo Bolsonaro colocou em prática para eleger os candidatos do governo no Congresso e foi dura com o tema da politização da vacina entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria.

“A disputa de quem é dono da Coronavac é muito pequena. Uma contenda idiota. Acho até que a imprensa não devia dar uma linha sobre isso”, conclui.


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