Marcado pela celebração da diversidade de gênero, o mês de junho representa muito para a comunidade LGBTQIA+. Apesar da conscientização mundial, no Brasil parece que a lógica da aceitação não se aplica. Para se ter ideia de como estamos na contramão do mundo, é só olhar a para a seleção brasileira de futebol. Somos o único time que não utiliza o número 24, que é atrelado aos gays por causa do jogo do bicho, visto que o número está atrelado ao animal veado. A pandemia permitiu um aumento nos planteis, de 23 para 28 jogadores convocados. O Brasil conta com 24 atletas, mas pulou da camisa 23 para a 25, usada pelo meio-campista Douglas Luiz.

O caso fica mais estranho ao olhar para seleções participantes do torneio. Todas utilizam a 24 sem nenhum problema. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nada disse sobre o caso. Tal qual o presidente Jair Bolsonaro, a CBF ignora opiniões adversas, seja do âmbito esportivo ou não.
O que deixa o caminho aberto para uma “goleada do preconceito”. O machismo e a homofobia, dentro e fora do futebol, são culturais no país. Desde hinos e xingamentos nos estádios até piadas preconceituosas feitas por cartolas do futebol brasileiro envolvendo times como o São Paulo Futebol Clube.

A CBF nunca se posicionou de maneira firme contra isso. Mas o que esperar de uma entidade que recebe apoio de um presidente irascível e sem empatia? Pouco, ou talvez, nada. Hamilton Mourão, o vice-presidente, e figura que poderia se posicionar sobre casos como este, é pior, e já chegou a negar que existe racismo no Brasil.

Ambos não mediram esforços para a realização da Copa América, mesmo diante de uma pandemia catastrófica. Desde então, Rogério Caboclo, presidente da CBF, foi acusado por assédio sexual e moral, diversos jogadores foram infectados pela Covid e, agora, para completar o combo da vergonha, demos mais um show de preconceito. País do futebol que nada, somos o país do preconceito e da ignorância.