Depois de ter perdido feio a eleição presidencial em 2018, o PSDB está mudando com vistas às próximas eleições, sobretudo em relação à sucessão de Bolsonaro em 2022. O primeiro passo da modernização do partido, agora presidido pelo ex-deputado Bruno Araújo, foi a consulta a 500 mil filiados por meios eletrônicos sobre os assuntos mais importantes do momento. Apesar de os tucanos decidirem que farão oposição a Bolsonaro na área de costumes, o partido resolveu, em seu Congresso Nacional realizado no sábado 4, em Brasília, com a presença de 700 convencionais, que continuará apoiando as reformas e a política de privatizações. Ou seja, o novo PSDB defenderá o liberalismo econômico, mas continuará condenando o autoritarismo e a política de extrema-direita de Bolsonaro.

Aclamado

O congresso tucano contou com o protagonismo dos governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS). Os dois chegaram a rivalizar, pois ambos são pré-candidatos a presidente da República. Mas, ao final, pousaram para fotos juntos, com a promessa de união para no futuro. Doria saiu aclamado como presidenciável para 2022. Leite será vice?

FHC
Algumas ausências foram sentidas, como as de Serra, Alckmin e Aécio, os últimos candidatos a presidente. A mais notada, porém, foi a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobretudo porque ele anda defendendo o nome de Luciano Huck para 2022. Por isso mesmo, Doria visitou FHC no domingo 5, em seu apartamento no bairro de Higienópolis.

“Partido não é quitanda!”

Divulgação

O ministro Luís Roberto Barroso, que assumirá a presidência do TSE em maio, promete atacar assuntos polêmicos no tribunal, como a prestação de contas dos partidos. Vencido no julgamento em que o STF derrubou a possibilidade de suspender os diretórios que deixarem de prestar contas, Barroso afirmou: “Partido político não é quitanda. Partido político recebe dinheiro público e tem que prestar contas.”

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Rápidas

* O ex-deputado Alberto Fraga, ex-coordenador da bancada da bala e amigo de Bolsonaro, está cotado para ocupar o lugar do general Eduardo Ramos na Secretaria de Governo. Essa é a vontade do Congresso, que está com um pote até aqui de mágoas com o general.

* Rodrigo Maia quer que a segunda instância seja introduzida na Carta Magna via emenda constitucional. “Não adianta querer jogar para a galera e aprovar qualquer coisa, para depois o Supremo derrubar outra vez.”

* O deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) não entende por que o Congresso debate o aumento do fundo eleitoral para R$ 3,8 bilhões ao mesmo tempo em que o governo não apresenta nenhum plano para melhorar o IDH.

* Caducou a MP 892 que Bolsonaro enviou ao Congresso para desobrigar empresas de publicarem balanços em jornais de grande circulação. Bolsonaro e Wajngarte queriam sufocar os jornais como o Valor Econômico.

Retrato falado

“O governo promove o combate aos Direitos Humanos” (Crédito:ANDRE DUSEK)

Sempre que há ameaças à democracia, ressurge o ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias. Aos 80 anos, agora ele está à frente da Comissão Arns, que luta pela preservação dos Direitos Humanos. Recentemente, Dias denunciou Bolsonaro ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, por crimes contra a humanidade. O presidente brasileiro teria incitado ataques à comunidade indígena. O ex-ministro assessorou dom Paulo Arns em sua luta contra a ditadura militar (1964 a 1985).

Expulsos do paraíso

Os bolsonaristas tiveram revezes em série esta semana. Começou com o deputado Eduardo Bolsonaro, que foi suspenso do PSL por um ano, por ter desrespeitado o estatuto e o código de ética da sigla. Entre outras coisas, ofendeu a deputada Joice Hasselmann. Por isso, inclusive, pode até ter o mandato cassado. Com a punição, dançou na liderança do partido na Câmara. Pior: ficou também sem a embaixada em Washington. Vai ver Trump pela TV. Dudu perderá, ainda, o cargo de presidente do PSL de São Paulo, que tanto teimou em ter. Quem tudo quer, nada tem. Outros 17 deputados do PSL foram punidos pela direção bivarista. Está provado: política não é para amadores.

Pastor sem ovelhas

O deputado Marco Feliciano (SP), pastor ligado a Bolsonaro, teve azar semelhante: foi expulso do Podemos, o partido que teve Álvaro Dias como candidato a presidente em 2018. Ao invés de fazer campanha pelo senador do Paraná, Feliciano vestiu a camisa de Bolsonaro. Vai para o Aliança pelo Brasil.


O rei das fake news

RICARDO STUCKERT

Fernando Haddad, candidato do PT a presidente em 2018, levou o título de “rei das fake news”, respondendo 15 processos na Justiça Eleitoral por contar mentiras na campanha. Bolsonaro ficou com o vicen: respondeu a 14 ações por mentir aos eleitores. Márcio França (PSB), candidato ao governo de SP, ficou em terceiro, com 13 processos.

Poste

Percebendo que o PT quer colocá-lo em mais uma roubada, Haddad já avisou ao partido que não pretende ser candidato a prefeito de São Paulo em 2020, como deseja a cúpula petista. Haddad deu o refrão: “Preciso me reorganizar e ganhar fôlego para as campanhas que virão pela frente”. Ele sonha em voltar a ser o poste de Lula em 2022.

Bando de desocupados

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Depois de ter cedido sua casa no Rio para Bolsonaro gravar a propaganda eleitoral, Paulo Marinho foi chutado para longe. Mas, agora, ele é o presidente do PSDB do Rio. Na condição de ex-coordenador da campanha do PSL, ele foi chamado à CPMI das Fake News. “Os bolsominios são um bando de desocupados”

Toma lá dá cá

Santos Cruz, general do exécito (Crédito:Divulgação)
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O senhor pensa em se filiar a algum partido?
Se for me filiar, vou analisar alguns partidos. O único com o qual não tenho nenhuma afinidade é com aquele que esteve no poder por um tempo longo nos últimos anos e se caracterizou por corrupção e demagogia.

Seria o PT?
Sim, o grupo de partidos que uniu corruptos e os demagogos e que, utilizando-se de um discurso copiado de velhas cartilhas socialistas e comunistas, causaram um mal imenso ao país.

Por que a atuação dos militares é importante neste momento de radicalização na política?
Em momentos de extremismos de direita e esquerda, acho que todas as pessoas equilibradas são importantes, sejam civis ou militares. A palavra chave é equilíbrio.

 

*Colaborou: Marcos Strecker



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