Em 23 de janeiro de 2015, em meio à depressão, o diretor e dramaturgo Gerald Thomas se jogou de uma montanha sobre um precipício de neve em Interlaken, na Suíça. “Eu não tinha vontade de acordar e ir até a máquina de café”, diz. “O inverno suíço é escuro, não queria ser perseguido pelo Estado Islâmico e resolvi me suicidar.” Seu corpo ferido foi içado a um helicóptero. “Não há nada melhor que não conseguir morrer”, afirma. “Aconselho a todos. É estimulante.” Hoje, aos 63 anos, o ressuscitado diz ter trocado o negativismo pela malhação e viver um surto de criatividade. Reveza estadas em Nova York, Londres e na Suíça. A nova fase lhe rendeu uma autobiografia (2016), um romance policial (a ser lançado pela Penguin em 2018) e o espetáculo “Dilúvio”. A peça é protagonizada pela atriz portuguesa Maria de Lima e as bailarinas Ana Gabi, Beatrice Sayd e Isabella Lemos. Maria tenta se comunicar com bailarinas que “voam” pelo palco, içadas por fios. “É sobre a falta de comunicação entre duas artes que ocupam o mesmo espaço”, diz Thomas. “A situação pode ser extrapolada. Como na Arca de Noé, a interação entre as espécies é impossível.” Teatro Sesc Consolação (SP), de 11/11 a 17/12.

De polêmico a famoso

Roberto Setton

> Gerald Thomas se envolveu em polêmicas ao longo da carreira.

> Brigou em cena com atores e com o público.

> Armou confusões em programas humorísticos.

> Deu declarações polêmicas, como “o teatro me interessa hoje menos que uma berinjela”.

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> Reclama que ficar famoso prejudicou a recepção de suas obras.

“De artista controverso, me tornei celebridade. Mas o que me interessa mesmo é malhar”


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