Se existe algo que resiste à crise é o negócio da beleza: é o segundo setor com maior número de empresas abertas no Brasil. Entre os 19,6 milhões de empreendimentos ativos no Brasil, há 799 mil cabeleireiros, manicures e pedicures em funcionamento. Essa indústria só perde para o comércio varejista de artigos do vestuário, que tem um milhão de registros. Segundo o Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, o nicho é um dos três que mais abrem CNJPs – somente em junho, foram 11 mil. Desde 2020, o número chega a 343 mil.

Os dados correspondem a profissionais da beleza em geral, como esteticistas, maquiadores, depiladores e barbeiros. Em São Paulo, o salão The Art Salon é um exemplo dessa força. Com investimento de R$ 1,5 milhão, o empreendimento dos cabeleireiros Rodrigo Cintra, de 43 anos, e Dougllas Dias, de 33, foi inaugurado em outubro de 2020, em plena pandemia, mas conseguiu se manter. Com 30 anos de carreira, Cintra comemora a agenda cheia: “Estou com fila de espera de 30 a 40 dias”. Aos novos empreendedores, deixa uma sugestão: “Montar um salão só vale a pena quando o dono é cabeleireiro. Quem quer entrar nesse ramo precisa ter experiência como profissional e gestor”.

Em Paraisópolis, Viviane Chiapetta, de 38 anos, é proprietária do Espaço Vivi Chiapetta Clínica de Sobrancelhas. Há um ano, ela passou a oferecer esteticista, nutricionista, profissionais de harmonização facial e toxina botulínica (botox) a seus clientes. “Meu melhor mês foi dezembro de 2021, quando faturei R$ 38 mil. Nesse ano, a média já está em R$ 42 mil”, diz. Segundo a Outdoor Social Inteligência, dedicada a pesquisas na periferia, há mais de 34 mil salões com CNPJ ativo nas favelas brasileiras – uma prova de que o mercado da beleza só cresce.