A um ano da Copa do Mundo de 2026, as seleções candidatas ao título vivem momentos distintos: Brasil e Inglaterra recorreram a técnicos estrangeiros, a Alemanha com dificuldades para engrenar, Espanha e Argentina apostam na continuidade e a França entra na reta final da era Deschamps.
Com Neymar mais perto da aposentadoria do que do retorno ao seu melhor nível, e com um desempenho discreto nos últimos anos, o Brasil aposta no técnico italiano Carlo Ancelotti para voltar aos trilhos e chegar ao hexacampeonato mundial em 2026.
A Seleção faz uma campanha irregular nas Eliminatórias Sul-Americanas e, apesar de ser pouco provável que fique fora do próximo Mundial, o desempenho instável faz de Ancelotti o terceiro treinador da equipe na competição, depois de Fernando Diniz e Dorival Júnior.
Em todo caso, o Brasil é sempre considerado favorito e se o vitorioso técnico italiano conseguir encaixar peças como Vinícius Júnior, Raphinha, Richarlison e Rodrygo com as novas joias que sempre surgem no país, como Estêvão e Endrick, a Seleção pode sonhar em levantar a taça da Copa do Mundo 24 anos depois.
Desde o título da Copa América em 2021, a Argentina de Lionel Messi e do técnico Lionel Scaloni não para de vencer, e chega à Copa do Mundo como uma das grandes favoritas ao título.
Depois de garantir a classificação com cinco rodadas de antecedência nas Eliminatórias, Scaloni colocou mãos à obra para rejuvenescer o elenco e iniciar a transição de uma geração histórica que chegará ao fim em 2026.
E, nesse processo, novas joias estão surgindo, como o jovem de 17 anos Franco Mastantuono, que ao lado de Messi, Julián Álvarez, Alexis MacAllister, Rodrigo de Paul, entre outros, buscará fechar um ciclo vitorioso com mais um título mundial.
Sem perder o DNA do período de suas maiores glórias entre 2008 e 2012 (uma Copa do Mundo e duas Eurocopas), a Espanha aposta em um menor de idade: Lamine Yamal (que completará 18 anos no dia 13 de julho) e no Bola de Ouro Rodri para sonhar com o segundo título mundial.
Yamal já é a estrela tanto do Barcelona como da ‘Roja’ e um dos responsáveis pelo título da Euro do ano passado.
O técnico Luis de la Fuente também conta com uma equipe muito jovem e, entre os convocados para a fase final da Liga das Nações da Uefa, apenas três jogadores têm mais de 30 anos (o goleiro Álex Remiro, o meia Isco e o atacante Álvaro Morata).
A França é a seleção mais regular dos últimos anos, com um título mundial (2018) e uma final (2022) e a presença sistemática nas semifinais dos grandes torneios desde que Didier Deschamps chegou ao comando da equipe (2012).
O estilo do treinador (que anunciou sua saída depois da Copa do Mundo) sempre se baseou na força física, mas também com muito talento no ataque.
Poucas seleções têm o poderio ofensivo dos ‘Bleus’: Kylian Mbappé, Ousmane Dembélé e os jovens Désiré Doué, Bradley Barcola e Rayan Cherki, apesar da falta de um camisa 10 que conecte todas as linhas, como foram no passado Michel Platini e Zinedine Zidane.
Sem um grande título desde a Copa do Mundo de 2014 (embora tenha vencido a Copa das Confederações três anos depois), a Alemanha iniciou um processo de renovação, começando pelo técnico da seleção, Julian Nagelsmann (37 anos), mas até agora não está dando frutos que os torcedores esperam.
Florian Wirtz e Jamal Musiala (ambos de 22 anos) têm a missão de liderar a uma ‘Mannschaft’ que vem acumulando decepções, como a eliminação nas quartas de final da Euro e a derrota para Portugal na semifinal da Liga das Nações, ambas em casa, sem esquecer das quedas na primeira fase nos Mundiais de 2018 e 2022, algo que a seleção tetracampeã nunca havia vivido antes.
O país onde nasceu o futebol confiou ao alemão Thomas Tuchel a tarefa de tirar o melhor daquela que é, seguramente, a melhor geração de jogadores ingleses para finalmente somar um título à conquista do Mundial de 1966.
Jude Bellingham, Trent Alexander-Arnold, Declan Rice, Cole Palmer, Phil Foden, Bukayo Saka, Kobbie Mainoo… poucas seleções reúnem tanto talento, sem esquecer dos gols d Harry Kane.
Mas o técnico Gareth Southgate, antecessor de Tuchel, não conseguiu dar um título à Inglaterra em oito anos (2016-2024), apesar de ter disputado as finais das duas últimas Eurocopas e a semifinal da Copa do Mundo de 2018.
Aos 40 anos, Cristiano Ronaldo continua com faro de artilheiro, como mostrou na semifinal da Liga das Nações contra Alemanha (vitória por 2 a1), quando marcou seu 137º gol em 220 jogos pela seleção portuguesa.
Depois de levar Portugal a conquistar a Eurocopa (2016) e Liga das Nações (2019), CR7 segue sonhando com a Copa do Mundo, o único grande título que falta em seu currículo.
Caso consiga no ano que vem, baterá o recorde do ex-goleiro italiano Dino Zoff, campeão mundial aos 40 anos em 1982.
Mas Portugal é muito mais do que Cristiano Ronaldo. A seleção conta com jogadores experientes (Rúben Dias, Bruno Fernandes, Bernardo Silva) e quatro jovens que levaram o Paris Saint-Germain a vencer a Liga dos Campeões (Nuno Mendes, Vitinha, João Neves e Gonçalo Ramos).
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