O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Ferreira Mendes participou da live da IstoÉ nesta terça-feira (4). Na conversa com o diretor de redação da revista, Germano Oliveira, Mendes falou sobre a mais recente polêmica depois que decidiu, por meio de uma medida cautelar, que o uso de máscaras deve ser obrigatório nas prisões durante a pandemia da Covid-19.

O ministro criticou o Ministério Público Federal (MPF), aos procuradores e a operação Lava Jato. Para ele, “o MPF está doente, sem gestão e sem controle. Há um descarrilamento por lá. Há uma delinquência institucional, uma autofagia”, afirma.

Os comentários do ministro não pouparam o coração da Operação Lava Jato em Curitiba, no Paraná, nem tampouco o juiz Sérgio Moro.

“Há exageros na Lava jato. A operação se tornou em algo midiático e distorcida”, avalia.

Para Mendes, não era quem aposta que a finalidade da operação era de cunho político eleitoral.

Mendes também falou sobre o combate à pandemia de coronavírus que assola o país. “O resultado desastroso é fruto da má gestão na área da saúde, a desinteligência, o jogo político e a politização dos temas têm causado graves problemas as pessoas. Temos uma disputa aí que seria, na verdade, cômica se não fosse trágica, porque estamos lidando com as vidas das pessoas.”

Para ele, o país precisa tratar as fraturas sociais que levaram a grave crise sanitária do Covid-19. Sobre o negacionismo praticado pelo governo federal em relação à doença, Gilmar avalia que “o país não pode ter uma relação mais flácida em relação aquilo que já é conhecido”.

Sobre o meio ambiente, o ministro disse esperar que “não ocorra nenhuma desestruturação legislativa que permita e o desmanche e o desmonte ambiental” -, falou sobre a suspensão do veto sobre o uso de máscaras em estabelecimentos prisionais e disse também das investigações no Supremo sobre as fake news.

“O Youtube estimula atividades agressivas. As redes sociais se transformaram em instrumentos de disseminação de matérias falsas, em propagador de discurso de ódio e se tornaram guetos de manipulação eleitoral, possivelmente,” finaliza.