O PL e o Republicanos travam disputa para indicar o vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro. Os partidos compõem consórcio na base com o Progressistas – que, por ora, está satisfeito com muitos cargos. A equação é simples: quem tiver a vice indica ministérios em eventual novo governo. Apesar de já propalado o escolhido, como um representante das Forças Armadas no elo com o candidato, o general Braga Netto (PL) encontra oposição discreta do Republicanos, patrocinado pela forte bancada evangélica. Esses alardeiam terem a base eleitoral que os militares não possuem, na tentativa de convencer Bolsonaro do poderio nas urnas. No quiprocó, entrou o nome da ex-ministra Damares Alves na mesa. Recém-filiada ao Republicanos, ela acredita que pode ser a vice perfeita para o capitão: levaria votos de conservadores, evangélicos, das mulheres e da família tradicional. Uma ex-assessora de Magno Malta alçada a ministra, Damares sabe que não tem provas disso. E tateia vaga ao Senado numa chapa no DF.

A despeito de Braga Netto despontar como vice, evangélicos querem a vaga do representante dos militares e citam até Damares como potencial nome

Assédios na administração federal

Não vem de hoje a má fama do Anexo 4 da Câmara dos Deputados – apelidado de Motel Canarinho, pela cor do prédio e suspiros pós-expediente. Sem contar os episódios de ‘musas’ e ‘modelos’ que fotografaram sensualmente dentro de gabinetes de ministérios nos últimos governos. Mas de onde menos se esperava, o Tribunal de Contas da União encontrou o surpreendente. Num levantamento, o órgão passa a lupa em 49 processos disciplinares contra assédio sexual na esfera federal. Onde? Esses são os registros revelados apenas no âmbito da Petrobras, CGU e Senado Federal. Em todos os casos, praticados por homens, e 96,5% das vítimas são mulheres.

O mineirinho-paulista

Pedro Ladeira

Gilberto Kassab (foto) amarga revezes para lançar candidato a presidente, mas não se pode negar que sua articulação tem fortalecido o PSD nos Estados. O mais ‘mineiro’ dos paulistanos trabalha chapas nos maiores colégios eleitorais, como São Paulo, Minas e Bahia. O PSD pode eleger bancadas fortes por onde passam canetas de governadores e presidente.

Combate à corrupção nos quadrinhos da PF

Divulgação

A Federação Nacional dos Policiais Federais elaborou material educacional para apresentar às crianças os valores da corporação. O projeto começou na gestão de Luís Boudens e estreia na do novo presidente, Marcus Firme (foto). A “Turma Federal” conta com Lana, Guto e Tatá, crianças inconformadas que se unem para combater os inimigos do Brasil. São histórias em quadrinhos e desenhos animados. Num Brasil onde se idolatra o bandido em alguns casos, o didatismo da Fenapef exalta o lado do bem. “Queremos que as crianças gostem dos policiais federais, torçam por nós, vejam a gente como parte da vida delas”, explica Firme.

Cemig em alta: Energia no saldo

Divulgação

Depois de passar por um período crítico nos últimos anos, a CEMIG, Companhia Energética de Minas Gerais, colhe resultados do choque de gestão do presidente Reynaldo Passanezi (foto), que assumiu em janeiro de 2020. A empresa planeja investir R$ 22 bilhões em cinco anos. Vendeu a Light por R$ 20 a ação, cotada hoje a pouco mais de R$ 10; livrou-se da Renova, que levou pelo ralo R$ 2 bilhões da CEMIG; e fechou 2021 com um lucro de R$ 3,8 bilhões – aumento de 31% em relação a 2020. O desafio agora é retomar serviços em atrasos devido à falta de material e equipamentos na pandemia.

Voo à urna: candidato-provocação

Da ex-loira do É o Tchan ao intérprete de libras de Bolsonaro, o País vai assistir ao desfile de candidatos ocasionais. O advogado Cristiano Acioli vai disputar para deputado em Brasília. É quem interpelou o ministro Ricardo Lewandowski dentro de avião com a frase “STF é uma vergonha”.

Colete & mão no coldre

Os briefings para operações policiais são reforçados com alerta para os agentes de campo: arma em punho e colete à prova de balas bem vestido. O aumento de registros de posse e porte de arma de fogo colabora para o risco nas abordagens. O agente da PF baleado em Santana do Livramento foi atingido por um CAC (colecionador de armas).

E a Educação sofre…

Sob a gestão de Bolsonaro, o Ministério da Educação, que chega ao quarto ministro, sobrevive numa triste fase. Passou do controle de aloprados olavistas para as mãos da bancada da Bíblia desde a última gestão (Milton Ribeiro). É o pastor Silas Malafaia quem endossa ou não o titular do cargo. E será assim até o fim do governo.

Nos bastidores

Bastidor do doleiro

O doleiro Alberto Youssef – já citado em livros, série e filme – agora quer protagonizar. Lança um livro em julho com bastidores de sua prisão e da relação com clientes.

Desafinou no instagram

O cantor Nasi, do Ira!, vai processar Bolsonaro por usar indevidamente, num “stories” do seu instagram, uma postagem sobre entrega de obras com a sua música “Eu quero sempre mais”, na voz de Pitty.

O alvo do Centrão

O novo ministro do MEC, Victor Godoy, é conhecido pelo Centrão como capitão do mato do ex-chefe. Fazia tudo que Milton Ribeiro mandava. Como vivia às turras com os partidos, entrou na mira dos caciques, e pode ser convocado se sair a CPI.

A festa dos livros

O mercado editorial comemora retomada de grandes feiras. Além da Bienal de SP (2 a 10 de julho), editores agendam visitas às de Londres (termina nesse domingo), Buenos Aires (fim do mês) e Dubai (maio).