RÉVEILLON

Desde a primeira madrugada de 2018 está nas redes sociais uma foto que é excelente por qualquer ângulo que se olhe – do estritamente técnico e estético ao mais sociológico e político. Quer seja vista pela razão ou pela emoção (ou por ambas), a fotografia propicia diversas interpretações e, também isso, fez dela algo especial. Trata-se da imagem de um menino feita pelo fotógrafo Lucas Landau. Ele estava profissionalmente cobrindo a queima de fogos no réveillon de Copacabana, no Rio de Janeiro, quando avistou no mar um garoto com o olhar extasiado a assistir ao espetáculo. Landau entrou também na água e, segundo a sua narração, perguntou-lhe nome e idade – ouviu apenas que ele está com nove anos. A imagem postada viralizou: quarenta e quatro mil curtidas no Instagram, trinta e uma mil curtidas e oito mil compartilhamentos no Facebook, até a tarde da quinta-feira 4. Bem mais rico do que uma simples polêmica é o ambiente na internet quando opiniões, mesmo não convergentes, acabam se complementando. Foi o que ocorreu. Em um Brasil com cerca de dez milhões de crianças abandonadas, a imagem do garoto negro, ali sozinho, de olhos apaixonados pela beleza dos festejos, levou naturalmente muita gente a interpretá-la como denúncia, ainda que involuntária, da ausência de democracia racial e social no País. Também pela internet e na linha oposta houve a ressalva de que qualquer comentário sobre a condição de vida do fotografado era pura ilação. Para os movimentos contra o rascimo, se se tratasse de uma criança branca “ninguém estaria falando de carência nem de exclusão social”, e isso revela um País preconceituoso. Até a quinta-feira Landau procurava descobrir algum parente do menino, que de fato pode ter família e não estar em abandono, ou pode ser carente e sobreviver pelas esquinas. É certo, porém, que quando uma fotografia desperta diversas leituras, e entre elas a leitura do fosso social, é porque muita coisa não vai bem na sociedade em que a imagem foi registrada.

US$ 533 milhões

é quanto faturou em bilheteria nos EUA, até a primeira semana de 2018, o filme “Star Wars: os últimos Jedi”. Foi lançado no final do ano passado, mas, mesmo assim, ainda conseguiu se colocar no topo da relação dos filmes mais rentáveis. De forma supreendente, deixou para trás “A bela e a fera”: faturamento de US$ 504 milhões.

ASTRONOMIA
ET na Superlua

Um mistério no céu de Brasília foi parar na Nasa. Um garoto de treze anos mandou para agência americana fotos de um objeto não identificado que pairou por dois minutos sobre a sua casa no Distrito Federal. Quem viu o suposto óvni, na madrugada da terça-feira 2, foi a sua mãe, Lidianei Gomes Diniz. Ela olhava a Superlua quando avistou uma luz forte vindo em sua direção – e, à medida que se aproximava, tomava outra forma. “Me deu medo. Pensei que fosse um ET. O céu ficou vermelho”, diz Lidianei. Ela fotografou, e o filho encaminhou a imagem para o site da NASA. Imediatamente o astronauta Shane Kimbrough prometeu fazer contato.

BRASÍLIA
A caminhada de Michel Temer para provar que está bem de saúde

Michel Temer mostra
publicamente que está bem de saúde: exercício pela manhã

Em qualquer país, sempre que o seu presidente precisa se submeter a tratamento médico de forma recorrente, surgem boatos que aumentam a gravidade da doença. Não é diferente no Brasil. Eis a causa da onda de comentários sobre o presidente Michel Temer, na semana passada, cogitando que ele poderia estar com a saúde altamente debilitada – e falou-se até de câncer de próstata, como se sua equipe médica fosse irresponsável a ponto de encobrir tal fato com a divulgação de falsos diagnósticos. Em Temer foi detectada uma infecção urinária decorrente do estreitamento do canal da uretra, mal frequente em qualquer homem que tenha, como ele, 77 anos de idade. Para colocar um ponto final na boataria, e valendo-se do estilo do ex-presidente Fernando Collor na demonstração de energia e vigor, Temer fez uma caminhada na manhã da quinta-feira 4 para que fotógrafos registrassem a sua boa condição física.

LIVROS
Bomba contra Trump

Diante das tentativas de Donald Trump de barrar na Justiça o lançamento do livro “Fire and fury:inside the Trump White House” (“Fogo e fúria: por dentro da Casa Branca”), de autoria do jornalista Michael Wolff, o lançamento da obra foi antecipado para a sexta-feira 5. Eis um ponto explosivo no livro que reúne duzentas entrevistas com funcionários do governo: Steve Bannon, ex-estrategista e ideólogo do nacional-populismo do presidente americano, garante que houve “conluio e reuniões secretas” entre membros da campanha de Trump e autoridades russas para ajudá-lo a chegar ao poder. Isso nos EUA é crime de “antipatriotismo”. Segundo o censor Trump, “o livro se baseia em fontes que não existem”.

SOCIEDADE
Raul Jungmann tem de ouvir o general

NUNO GUIMAR√ES

Terminando já ou durando um século a greve das polícias civil e militar no Rio Grande do Norte, o estrago para o Estado de Direito está feito. Se os policiais queriam demonstrar que sem eles a criminalidade aumenta, foi bobagem: a média diária de 16,4 homicídios na paralisação é a mesma de quando estão trabalhando. A ordem da Justiça para que comandantes prendessem grevistas não foi cumprida. Dá para a Justiça seguir confiando neles? As Forças Armadas merecem respeito e o lugar delas não é correr atrás de bandido. Sem polícia, elas foram para Natal pela terceira vez em três meses. Passou da hora de o ministro Raul Jungmann ouvir o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.