Muitas vezes, em um ministério, alguém que não tenha profundo conhecimento de determinada área, se souber cercar-se de uma equipe bastante competente consegue desempenhar de forma satisfatória a sua função.
Não é o caso do ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Além de faltar-lhe competência para o exercício do cargo, está provado que ele carece também da lisura e do bom comportamento social e legal que se espera de um cidadão que se proponha a administrar a “coisa pública” — ou seja: que respeite o dinheiro do contribuinte.

O setor da Educação, no Brasil, é um dos mais sensíveis e importantes, até porque, infelizmente, segue alto o índice de “analfabetismo absoluto” no País. Melhorar essa situação não é a prioridade do atual ministro. Mais: ele cercou-se de aficionados pela extorsão. Ou seja: fez da função pública prática ilícita por intermédio de operadores inescrupulosos.

Há sessenta e oito anos, o jornalista e udenista Carlos Lacerda (foi vereador, deputado federal e governador do extinto Estado da Guanabara) criava em seu jornal, Tribuna da Imprensa, a expressão “mar de lama” para definir a corrupção que, segundo ele, corria livremente na segunda gestão de Getúlio Vargas.

Pois bem, depois de quase sete décadas, “mar de lama” é o termo que melhor se coaduna e melhor se adéqua ao governo de Jair Bolsonaro.

Segundo o próprio ministro, toda a bandalheira se deu a mando do presidente da República. Está tudo gravado. O raciocínio lógico decorrente é que também Jair Bolsonaro navega nesse mesmo “mar de lama”.

Ambos têm de ser punidos imediatamente diante de tamanha decadência moral. A amoralidade abraçada por Milton Ribeiro, por Jair Bolsonaro e pelos operadores das propinas (em dinheiro e em ouro) atingirá todos aqueles que se omitirem, mesmo sabendo que têm o dever público de agir de ofício — igualmente serão amorais se não tomarem as cabíveis e inadiáveis providências jurídicas e políticas. Também esses, em caso de omissão, se afogarão no “mar de lama”.

Houve crime. Fiat justitia et pereat mundus.