O luto midiatizado e militante da viúva de Charlie Kirk

Erika Kirk, a viúva do influente conservador americano Charlie Kirk, assassinado durante um evento público na semana passada, decidiu viver seu luto de forma altamente midiatizada, decidida a levar adiante a luta ideológica que ambos compartilhavam.

Com 36 anos, casada desde 2021, mãe de dois filhos pequenos, coroada Miss Arizona em 2012 e residente com sua família neste estado do oeste do país, a jovem viúva usa uma cruz ao redor do pescoço e preserva a visão de Charlie Kirk, defensor de um país cristão e tradicionalista.

Dois dias depois que o porta-voz da juventude trumpista, à frente do movimento conservador Turning Point USA, foi assassinado a tiros em um campus universitário americano, ela se pronunciou nas redes sociais com uma declaração voltada para sua fé.

“O movimento que meu marido construiu não morrerá”, prometeu, de pé ao lado da cadeira de onde ele conduzia seu popular podcast.

“Aqueles que praticam o mal e são responsáveis pelo assassinato do meu marido não têm ideia do que fizeram”, destacou. “Mataram Charlie porque ele pregava uma mensagem de patriotismo, fé e o amor misericordioso de Deus”, adicionou.

– Fé impregnada –

“Vocês não têm ideia do fogo que acenderam dentro desta mulher. As lágrimas desta viúva ressoarão por todo o mundo como um grito de guerra”, continuou. Ela também convocou os jovens sensíveis à sua mensagem a se juntarem ao movimento cofundado por seu marido e agradeceu pessoalmente a Donald Trump por seu apoio.

O presidente republicano anunciou que estaria presente na cerimônia de homenagem organizada no domingo no Arizona, em Glendale, em um estádio com capacidade para mais de 60.000 pessoas.

As atividades de Erika Kirk como empreendedora e podcaster estão impregnadas por sua proclamada fé cristã. Sua linha de roupas “Proclaim” mostra citações da Bíblia e imagens religiosas.

Com “Biblein365”, ela oferece suporte diário para ler a Bíblia em um ano. Seu podcast semanal busca permitir “respirar profundamente enquanto diz ‘Deus cuida'”, descreve em seu site.

Formada em direito, ciências políticas e relações internacionais, atualmente está cursando um doutorado em estudos bíblicos em uma universidade evangélica.

Com mais de 5 milhões de seguidores no Instagram, Erika compartilha o seu luto de forma próxima nesta rede.

Em um conjunto de fotos e vídeos publicado na sexta-feira, ela aparece segurando e beijando a mão de seu falecido marido, inclinada sobre seu caixão parcialmente aberto.

Também é vista imersa na dor em um aeroporto ao lado do vice-presidente JD Vance e de sua esposa Usha, antes que o corpo de Charlie Kirk fosse transportado a bordo do Air Force Two de Trump.

– Casal modelo –

A imagem pública de seu relacionamento foi usada por Charlie e Erika Kirk como um atrativo para o movimento conservador do influenciador próximo ao presidente americano.

Em Dallas, em junho, ela acompanhou o marido no palco durante a maior reunião de jovens mulheres conservadoras do país, organizada pelo Turning Point USA.

“Não desperdiçarão seu diploma universitário criando seus filhos em sabedoria, amor e verdade. Não quero que vocês busquem um salário”, disse Erika Kirk, citada pelo New York Times, ao considerar que se casar “depois dos 30 anos” não era “o ideal”.

“Deus é tão maravilhoso. Quando conheci Charlie, ter uma carreira era a última coisa em que pensava”, confessou.

“Nossa luta não é apenas política, é acima de tudo espiritual”, ressaltou a viúva do influenciador na sexta-feira, comprometendo-se a tornar seu movimento “mais forte, mais sonoro, mais ambicioso e maior do que nunca”.

Como sinal da ressonância de sua causa em comum, milhões de dólares foram arrecadados em doações através de diversas iniciativas de apoio desde o dia em que o popular podcaster foi assassinado.

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