Quando a população de uma megalópolis como Xangai, que abrange 26 milhões de habitantes na China, registra em um único dia 26 mil novos casos da variante BA.2 da Ômicron, derivada da Covid-19, o que faz o governo chinês? Decreta um lockdown, que era para ser de nove dias e depois passou a 15 e impõe testes compulsórios em massa em duplo rodízio, para tentar não parar de vez a cadeia produtiva. E até inova, colocando cachorros-robôs e drones circulando por ruas e espaço aéreo da região, para alertar a população sobre as medidas sanitárias que devem ser adotadas por todos.

Os moradores de Xangai estão sendo orientados ao uso de máscara e lavagem constante das mãos, o que já está sendo abolido em muitos lugares do planeta, inclusive no Brasil. As autoridades da China estão enviando também milhares de reforços em pessoal da área médica e militar de outras regiões da China para Xangai, que é a capital financeira do país. E, como estão apavorados com a expansão da nova variante, os governantes determinaram a construção de 100 hospitais temporários espalhados pela cidade, com 160 mil leitos, aproveitando locais como expo centers.

O governo está determinando também a importação de artigos de primeira necessidade para serem entregues às pessoas confinadas e até sugeriu a separação de pais e filhos, incluindo bebês, se preciso for. Além disso, partiram para campanhas de comunicação que levaram à divulgação de slogans singelos como: “Vamos combater a pandemia com um único coração” ou “Trabalharemos juntos para antecipar a vitória.” E quem está fazendo isso lá é a polícia local, que retransmite os alertas das autoridades sanitárias.

E o quê mais os chineses estão fazendo? Um alerta simples e claro: os que desobedecerem às determinações do governo serão investigados e criminalizados de maneira “rápida e firme”. Vale lembrar que a China mantém a pena de morte para os que contestam as normas do regime… Deu para perceber o quanto os chineses estão levando a sério a possibilidade de uma nova onda da pandemia, bem devastadora. Na dúvida, já estou na fila para minha quarta dose e nunca deixei de usar máscara.