Quando Bolsonaro assumiu o governo, disse claramente que iria desconstruir o que havia sido feito até então, acabando com o que ele acreditava ser o problema brasileiro: o status quo, o cenário reinante na política sócio econômica nacional. Ele afirmava que mudaria o establishment reinante, mas ninguém imaginava que ele estava disposto a destruir o País sem colocar nada no lugar. Ou seja, ele desmantelou a Nação e não está deixando pedra sobre pedra. Vai deixar um legado de terra arrasada para os futuros governantes que o sucederão em 2023.

Não haverá um único segmento que o capitão deixará inatacável. A saúde ficará com uma herança de 610 mil mortos pela Covid, sem contar com os mais de 20 milhões de doentes que ainda fazem fisioterapia porque a vacina demorou a ser comprada por ele e muita gente ficou em estado grave nos hospitais sem necessidade. Enquanto as pessoas ficavam sem oxigênio nos leitos, ele preferia receitar cloroquina. Um criminoso. Mas, isso, já é sobejamente conhecido e agora é a Justiça quem vai decidir o que fazer com suas charlatanices.

O que mais nos choca agora é que o capitão está permitindo que os madeireiros, os mineradores, os intrusos nas aldeias indígenas e os destruidores da Amazônia intensifiquem o desmate de nossas florestas. Dias depois de o governo ir ao encontro na COP-26 dizer que preservava nossas matas, de forma mentirosa, o Inpe divulga que graças ao descaso do governo Bolsonaro, foram desmatados neste mês de outubro um total de 877 kms2 da floresta amazônica, o que representa um aumento de 5% em relação a outubro do ano passado, quando foram cortados 836 kms2 de matas. Recordes atrás de recordes. Uma vergonha mundial. De 2015 a 2018, antes de Bolsonaro, a média não passava de 500 km2. Como todos sabem, a Amazônia é o pulmão do mundo e Bolsonaro é uma ameaça ao meio ambiente do planeta.

Mas, Bolsonaro faz mais do que isso: está desenvolvendo uma política econômica que vai destruir o futuro dos 220 milhões de brasileiros, sobretudo dos mais pobres. Para pagar um auxílio eleitoreiro aos mais carentes, ele vai acabar com a responsabilidade fiscal, vai dar uma pedalada nos precatórios, vai acabar com o teto de gastos, com o controle das finanças públicas, e permitirá que a economia arrebente a partir do ano que vem. Ou seja, a inflação subirá ainda mais, os juros serão estratosféricos e o PIB cairá em até 1%. Portanto, é o cenário da estagflação, o mais temido pelos economistas, pois nesse caso a economia para, as empresas quebram, o desemprego aumenta e o caos se instala.

Diante desse quadro, não há dúvidas de que o estrago deixado por Bolsonaro ao País será muito maior do que o deixado por Dilma em 2015 e 2016: uma recessão brutal de quase 8%. Bolsonaro conseguirá deixar um País destroçado como herança para o próximo presidente. Isso tudo, sem contar, com a tragédia político-partidária que ele delegará: a entrega do comando da administração do País aos inescrupulosos integrantes do Centrão, que se apossaram do cofre público da União para locupletar seus beneficiários. E para coroar esse processo, o capitão ingressará no PL de Valdemar Costa Neto, um dos políticos mais corruptos da história recente: a saída para os brasileiros de bem é não permitir que o mandatário não se reeleja. Mais quatro anos na mão dessa gente será comprometer as nossas futuras gerações.