Depois das ameaças nucleares contra os Estados Unidos, o ditador Kim Jong-un dá sinais de que deixará o isolamento de lado. A Coreia do Norte enviará uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang, na Coreia do Sul, no mês que vem. Além dos atletas, animadoras de torcida devem dar o ar da graça. O anúncio ocorreu pouco antes do encontro entre coreanos de ambos os lados realizado na semana passada — o primeiro em mais de dois anos.

A decisão pode parecer uma excentricidade do líder comunista. Selecionadas entre as mais belas e leais ao regime, só em três ocasiões as integrantes do “exército da beleza” estiveram do outro lado da fronteira. Com esse jogo de cena, Kim Jong-un deixa para Donald Trump a necessidade de abrandar sua política de “pressão máxima”.

PATINADORES Ryom Tae-ok e Kim Ju-sik: inscrição para os jogos após o prazo encerrado (Crédito:Michael Dalder)

Em seu discurso de Ano Novo, Kim foi conciliador e desejou sorte aos vizinhos nos jogos. Para o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, o aceno do ditador é resultado das sanções de Trump. Mesmo assim, ele pretende adiar manobras militares com os EUA. Outro gesto amistoso é o esforço dos anfitriões para que a principal dupla de patinadores do norte participe dos jogos. Ryom Tae-ok e Kim Ju-sik perderam a inscrição junto ao Comitê Olímpico Internacional.

Diálogo

Na semana passada, a reaproximação entre os dois países avançou com uma reunião entre representantes das duas Coreias na Zona Desmilitarizada. “Expressamos a necessidade de retomar o diálogo para um acordo de paz”, disse o vice-ministro da Unificação, Chun Hae-sung. “As armas da Coreia do Norte são apenas para os Estados Unidos”, rebateu o chefe da comitiva comunista, Ri Song-gwon.