O.J.: Made in America, de Ezra Edelman, não é apenas um documentário grande (quase 8 horas de duração, dividido em cinco partes), mas um grande filme. Poucas vezes o cinema mergulhou tão fundo numa personalidade controversa como a do ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson.

O filme dá-se o tempo de construir a imagem do jovem ambicioso e brilhante, que se torna celebridade em seu país por meio do seu talento. Vivendo em era turbulenta, O.J. mantém-se alheio a polêmicas raciais e torna-se confiável ao mundo branco. Fatura muito com publicidade, vira um ídolo nacional, casa-se com uma jovem loira, tem filhos.

No entanto, a figura sempre simpática e carismática volta e meia era acusada de violência doméstica e torna-se principal suspeito da morte da esposa, Nicole Brown Simpson e do amigo dela, Ronald Goldman, em 1994. Contra as expectativas, e graças a uma defesa brilhante, O.J. é absolvido. Mas a Justiça continua de olho nele. Acusado de crimes menores, recebe sentença draconiana no Estado de Nevada. Continua preso.

A profusão de material utilizado por Edelman é impressionante. Claro, ele já tinha muita coisa à disposição por se tratar de uma figura pública como O.J. Acrescenta filmagens domésticas, que penetram na intimidade do astro, entrevistas com amigos de infância, com policiais, advogados e juízes, com parentes do ex-jogador e também com familiares das pessoas supostamente assassinadas por ele. O filme começa com uma conversa tensa com o próprio O.J., o ídolo caído, descrevendo seu cotidiano na prisão de Nevada. A montagem desse material é espetacular. O ritmo não cai nunca e não se consegue desgrudar os olhos dessa tragédia americana.

O filme está disponível para assinantes da ESPN. É o favorito para vencer o Oscar de melhor documentário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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