Em 1950, a central dos bombeiros de Los Angeles atendeu ao telefonema de um homem que perguntava em que temperatura um livro entrava em combustão. O funcionário de plantão respondeu que era 451 graus Fahrenheit, ou 232,778 graus centígrados. Assim o escritor americano Ray Bradbury (1920-2012), com o telefonema, encontrou o título para o romance que estava escrevendo: “Fahrenheit 451”. Publicado em 1953, o livro fez sucesso no gênero ficção científica. Bradbury disse que era uma declaração de amor aos livros feita por um rato de biblioteca. A história transcorre em uma sociedade na qual os livros são vetados e incinerados por “bombeiros”, palavra aplicada a lançadores de chamas. O herói é o “bombeiro” Montag, que se cativa pelos livros e se revolta contra o sistema. O romance virou filme, ópera, peça e ganha agora uma versão para a TV, dirigida por Ramin Bahrani. A história é atualizada para o mundo digital. Não só os livros, mas discos, filmes e arquivos digitais são alvos da política de extermínio. O telefilme é brilhante em seu alerta contra a destruição da memória cultural. HBO, 19/5, 22h.

Assista ao filme, à peça e à ópera

Divulgação

FILME (1966)
A versão para o cinema foi dirigida por François Truffaut, estrelado pelos atores cult Julie Christie e Oskar Werner

PEÇA (1979)
Ray Bradbury adaptou o livro para o teatro nos anos 1970. A peça estreou com sucesso em Los Angeles

ÓPERA (1992)
Baseado no romance, Bradbury escreveu um libreto de ópera, mais tarde musicado pelo australiano Brenton Broadstock. Estreou em Sidney