FAMÍLIA A animação “Soul” (acima), que chega à plataforma Disney+, no Natal, e “Mulan”, inspirada no desenho: DNA clássico de produções para toda a família (Crédito:Divulgação)

Um exército formado pelos super-herois dos “Vingadores”, os brinquedos de Toy Story e os guerreiros Jedi de “Guerra nas Estrelas” não entra em um conflito para perder. Pois é com essas armas que a plataforma Disney+ chega ao Brasil em 17 de novembro, dando início ao novo capítulo da batalha pela audiência nas plataformas de streaming. Concorrentes como Netflix, Amazon Prime Video, HBO Max e AppleTV+, além da brasileira Globoplay, se preparam para enfrentar um dos maiores gigantes do entretenimento no mundo.

O grande trunfo da Disney+ é a força do seu conteúdo. Além dos filmes e personagens clássicos, a empresa tem sob seu guarda-chuva as marcas Marvel, com super-herois como Homem-Aranha, Capitão América, Homem de Ferro e Hulk, as premiadas animações do estúdio Pixar (“Toy Story”, “Os Incríveis”, “Procurando Nemo”), “Guerra nas Estrelas” e seus derivados, como a nova série “The Mandalorian” e, finalmente, as belezas naturais da National Geographic. Há também conteúdos que fazem parte do portfólio da companhia, como os filmes da Miramax e “Os Simpsons”, da 21st Century Fox.

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Gosto local

Grandes players que disputam a audiência no mercado mundial, como HBO Max e Apple TV+ também se mexem para conquistar o público brasileiro, mas seu sucesso ainda deriva da fama internacional. Isso deixa nosso mercado sob o domínio da pioneira Netflix, a Amazon Prime Video, que ganhou espaço com o preço agressivo, e a Globoplay, com produções amplamente conhecidas do público – e uma parceria com a Disney+ para vender pacotes em conjunto. A guerra também envolve a produção local: segundo o presidente da Disney+ para a América Latina, Diego Lerner, isso está nos planos. A estratégia já ocorre na Netflix, e séries nacionais como “Bom dia, Verônica”e “3%” fazem inclusive belas carreiras no exterior.

As grandes plataformas de streaming vão investir na produção de filmes e séries nacionais, estratégia para atrair o público brasileiro

O mercado nacional de streaming movimenta anualmente perto de R$ 20 bilhões. Segundo o site Statista, o Netflix foi lançado há dez anos e é o líder mundial, com 186,5 milhões de assinantes. Apesar de ter sido lançada há apenas um ano nos EUA, a Disney+ já ocupa a terceira posição, com 60,5 milhões. A Amazon tem 150 milhões de clientes Prime registrados na plataforma de e-commerce, mas nem todos são clientes fiéis do streaming. A consolidação do consumo de vídeo pela internet representa uma grande derrota para as redes de TV a cabo, que cobram caro e oferecem pouco. A tendência é que as famílias brasileiras optem por assinar combos com dois ou três serviços de streaming, de acordo com o cardápio oferecido. A escolha vai depender dos hábitos e gostos dos brasileiros — e é nisso que a Disney+ aposta ao desembarcar no País.