O impeachment de Dilma
Impopular, incapaz de manter a governabilidade e em meio a escândalos de corrupção, a primeira presidente eleita no País teve seu mandato cassado

“FORA DILMA” Manifestações pela saída da presidente chegaram a reunir 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista
Impeachment 2016/Brasil
Reeleita em outubro de 2014 por uma margem estreita de votos, a presidente Dilma Rousseff conseguiu a proeza de, em poucos meses de mandato, afundar o País na mais grave crise moral, política e econômica da história recente. Compelida por uma crescente pressão popular e sem condições de manter a governabilidade, em meio a uma escalada de escândalos de corrupção a tisnar a sua campanha e o seu partido, o PT, Dilma seria afastada pela Câmara em maio até ser apeada definitivamente do Planalto em 31 de agosto, por crime de responsabilidade.
Ao longo de todo o processo, a Revista ISTOÉ, na sua prática cotidiana de produzir um jornalismo investigativo, responsável e fiscalizador do poder, deu sua contribuição com reportagens exclusivas e decisivas para a deposição da petista. Mostrou a gênese das pedaladas, em agosto de 2014, ao denunciar como o governo retinha recursos e obrigava bancos públicos a arcar com benefícios sociais, revelou os empréstimos suspeitos que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo íntimo de Lula, contraiu junto ao Banco Schahin para repassar ao PT, e publicou em primeiríssima mão a explosiva delação do ex-líder do governo, Delcídio do Amaral, numa reportagem que se converteu em divisor de águas rumo ao impedimento da presidente, quando este parecia arrefecer.

Dilma começou a enfrentar a oposição das ruas tão logo assumiu o cargo. Manifestações convocadas pela internet levaram milhões de brasileiros — contra e a favor de seu mandato — a se manifestar. Em 13 de março de 2016, mais de 3 milhões de pessoas foram ocuparam as principais avenidas do País para pedir a saída de Dilma, em todos os estados da Federação, além do Distrito Federal. A grave crise internacional começava a mostrar efeitos acentuados no Brasil, potencializados por medidas equivocadas. A presidente cometeu o erro, por exemplo, de alterar a política macroeconômica que mantinha a inflação baixa, forçando a queda nos juros. Para controlar a alta de preços, e conseguir se reeleger, manteve tarifas de energia elétrica e combustíveis artificialmente baixos — o que causou enormes prejuízos às estatais Eletrobras e Petrobras. Dilma também abriu mão de impostos para tentar beneficiar o consumo, gerando uma das maiores crises fiscais da história.
Pedaladas
Sem dinheiro, o Estado passou a usar em larga escala um artifício chamado de pedaladas fiscais. O Tesouro Nacional atrasava, de forma proposital, grandes repasses de dinheiro para bancos públicos e privados, melhorando de maneira artificial suas contas. Apesar de terem sido alertados por técnicos do governo que a manobra era irregular e feria e Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo insistiu na prática, que levou Dilma ao seu derradeiro infortúnio. As pedaladas, em sua essência, deram combustível ao estelionato eleitoral praticado por Dilma numa das campanhas mais sórdidas desde a redemocratização. “O impeachment simbolizou uma nova consciência que está se gerando em nosso País e todas as possibilidades que isso traz. Não acaba com todos os problemas do Brasil, mas foi um passo importante na construção do País com o qual a gente sonha”, diz Janaína Lima, 32 anos, eleita vereadora em São Paulo pelo Partido Novo. Porta-voz do “Vem pra Rua” na época das mobilizações, Janaína foi escolhida como uma das jovens líderes excepcionais pelo Global Shapers, do Fórum Econômico Mundial, integra a rede Nexus Brasil da ONU e é líder do Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade).

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