Nos últimos 18 meses, o que significa incontáveis 555 dias, o americano Stan Larkin foi um homem sem coração – não no sentido figurado de gente ruim, mas, literalmente, sem coração mesmo. Diagnosticado com cardiomiopatia, Stan teve seu coração retirado cirurgicamente e, desde então, manteve-se vivo com um órgão artificial extracorpóreo, de seis quilos, que ele carregava numa inseparável mochila – com ela vivia as 24 horas do dia, com ela insistia em jogar basquete, com ela ia a festas, com ela dançava. No interior da mochila estava a sua vida, traduzida em um dispositivo denominado “coração artificial total”, engenhoca conectada a uma máquina chamada Freedom Driver – ela garantia a energia para o bombeamento do sangue. Assim Stan passou os últimos tempos à espera de um doador para se submeter a um implante. Na semana passada, os médicos da Universidade de Michigan puderam finalmente anunciar que a mochila está aposentada – ou seja, a cirurgia foi feita com sucesso.