Foi a partir do começo dos anos 1960, em meio ao turbilhão político e social da renúncia do presidente Jânio Quadros e do período de quatro anos do governo João Goulart que precedeu o golpe militar, que diversos intelectuais americanos passaram a se dedicar especificamente ao estudo do Brasil – são eles os chamados brasilianistas. Na semana passada, morreu o principal historiador que criou essa “escola sociológica” e que mais tentou traduzir o Brasil no exterior – e também para os próprios brasileiros: Thomas Skidmore. Legou ao País dois interessantes trabalhos: “Brasil de Getúlio a Castelo: 1930-1964” (análise que vai da República ao golpe que instaurou a ditadura militar) e “Brasil de Castelo a Tancredo: 1964-1985”. Durante o julgamento da ação penal 470, conhecida como “mensalão”, Skidmore, com meio século de estudos e pesquisas sobre o Brasil, declarou sua decepção com Lula e o PT. Ele morreu aos 83 anos em decorrência de Alzheimer. Estava internado num asilo em Rhode Island.