Bolsonaro torra R$ 30 milhões de recursos públicos para bancar suas mordomias
Na função de mandatário e na vida particular, o presidente faz a farra com o dinheiro público por meio de seus cartões corporativos. E zomba do País ao dizer que as despesas excessivas devem-se a sua criação de animais
PERDULÁRIO Bolsonaro e Michelle desembarcam no Aeroporto Internacional de Doha, no Qatar: vida de bilionário (Crédito: Isac Nóbrega/PR)
As cinquenta emas do Palácio da Alvorada comem e bebem demais. As galinhas, o pato, o peixe e os quatro cães são perdulários — ou, vai ver, gastam muito em cloroquina. Além disso, cerca de duzentas pessoas, que ninguém sabe quem são, tomam café, almoçam e jantam na residência presidencial rotineiramente e de forma nababesca. É uma festa! E é ludíbrio, escárnio e zombaria com o povo brasileiro (cerca de vinte milhões de pessoas não têm nada para comer) essa justificativa mentirosa e estapafúrdia, usando bichos e gente, dada pelo presidente Jair Bolsonaro para tentar explicar o motivo pelo qual chegaram a R$ 29,6 milhões os débitos com cartões corporativos usados por ele e seus familiares em três anos de governo.
Trata-se de dinheiro público, é claro, mas, como tantos outros pontos da gestão Bolsonaro, também o detalhamento dos vinte e nove cartões, vinculados à Secretaria de Administração e sob responsabilidade direta do presidente, está sob sigilo. É por isso que ele inventou a lorota de que gasta muito na criação de animais e com o alto número de convivas diariamente. “Há problemas constantes na divulgação de dados”, avalia Marina Atoji, gerente de projetos da ONG Transparência Brasil.
A desculpa para tal obscurantismo? É ridícula e autoincriminatória: especificar as despesas com os cartões (como estabelecem os princípios republicanos) colocaria em “risco a segurança do presidente”. Por logicidade, se o coloca em insegurança é porque há coisa errada.
Em três anos de governo, o capitão gastou cerca de R$ 30 milhões. Isso é 18,8% a mais que a soma das despesas de Dilma Rousseff e Michel Temer
Até o final do ano passado, a grande família e o grande círculo de amigos tinham gasto 18,8% a mais que os R$ 24,9 milhões despendidos em quatro anos por Dilma Rousseff (2015-2016) e Michel Temer (2016-2018), quando ocuparam a Presidência da República. Para se ter uma idéia da gastança do clã Bolsonaro, somente em 2021 foram queimados R$ 11,8 milhões, o maior valor dos últimos sete anos. Para eles, dinheiro dá em árvore. Mesmo com tudo trancado sob segredo graças à antidemocrática, antiética e antirrepublicana prerrogativa que o mandatário possui de decretar segredo de um século sobre aquilo que bem entender, poucas dúvidas restam, no entanto, que o erário evapora em viagens de férias ao litoral brasileiro e em viagens desnecessárias ao Exterior nas quais se lota o avião com amigos e cupinchas. Quiçá a grana seja gasta em armas, objetos pessoais, jóias… vai saber! É pena que emas não falem, e é evidente que os duzentos comensais não existem — e, ainda que existissem, jamais conseguiriam se régaler a ponto de jogarem tanto dinheiro fora.
“Do meu cartão, do qual eu posso sacar até R$ 25 mil por mês e torrar em tubaína e Coca-Cola, nunca tirei um centavo”, declarou o presidente. Voltando aos bichos, a sua fala é conversa para boi dormir, e tanto é assim que, diante da grave situação, o deputado federal Fabiano Contarato requisitou junto ao Tribunal de Contas da União amplas auditorias nas contas. No inicio de sua gestão, em uma live, Bolsonaro comprometeu-se: “vou abrir o sigilo do meu cartão para vocês tomarem conhecimento. Ok, imprensa? Vamos fazer uma matéria legal”. Palavras ao vento, tudo mentira. O segrego persistiu. Mas a matéria sobre o seu avanço no dinheiro público está aí. Ok, presidente? Vamos fazer uma auditoria legal.
Moro lança o desafio
O ex-ministro abre seus recibos. Lula e Bolsonaro também abrirão?
Na segunda-feira 31 o subprocurador Lucas Rocha Furtado tomou uma decisão acertada: pediu o arquivamento da investigação que ele próprio abrira junto ao TCU com o intuito de averiguar se Sergio Moro cometera alguma ilicitude ao assinar contrato de trabalho com o grupo norte-americano de consultoria Alvarez & Marsal. Apurar a lisura de contratos públicos de brasileiros no exterior é função do MP de Contas, mas ocorre que o recebimento de salário por Moro deu-se na esfera privada, fugindo, portanto, da competência do TCU. Moro exibiu recibos somente por respeito aos brasileiros e porque não tem o que temer. Em novembro de 2020, ele foi contratado como diretor da consultoria. Foram-lhe pagos US$ 45 mil mensais (R$ 241 mil) durante um ano. Ganhou o “bônus de contratação” de US$ 150 mil, dos quais devolveu parte porque encerrou o contrato antes do prazo. Revelados tais valores, detalharam-se seus rendimentos de R$ 3,65 milhões.
Feito isso, o pré-candidato do Podemos à Presidência da República lançou um desafio: “Vai abrir as contas das rachadinhas, Bolsonaro? E você, Lula? Vai abrir as contas das palestras e do sítio de Atibaia? Uma nova forma de fazer política está na mesa”. A Lula cabe explicar como juntou R$ 27 milhões com palestras e serviços prestados a empreiteiras, e como ganhou R$ 50 milhões, até recentemente bloqueados pela Justiça. Quanto ao clã Bolsonaro, destaque para o senador Flávio: comprou mansão em Brasília por R$ 6 milhões, valor que coincide com os recursos angariados por ele nas rachadinhas em seus tempos de deputado estadual no Rio de Janeiro.
Antonio Carlos Prado e Germano Oliveira
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