O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, foi o convidado da live da ISTOÉ, no final da tarde desta sexta-feira (5). Para Pigatto, o governo federal foi, e ainda é, responsável pela situação trágica na qual chegou o País.“O governo federal trabalhou a favor do vírus e contra a sociedade brasileira”.

Pigatto afirma que o Ministério da Saúde não deu ouvidos para as propostas da entidade. “Se tivéssemos sido ouvidos desde o início da pandemia, teríamos enfrentado a crise de outra forma, minimizando os problemas”. Ele disse que à época, o Conselho falava em isolamento social, uso de máscaras e outras iniciativas de proteção individual e coletiva. “Muitas dessas centenas de mortes podiam ser evitadas. Elas foram ocasionadas pelo descrédito que o governo deu à doença”.

“Nosso papel foi exercido e as iniciativas que a gente tomou foram efetivadas em grande parte pela relação que nós temos na sociedade, com o Congresso Nacional e pelo o SUS”. No bate-papo, ele lembrou o papel desempenhado pelo SUS na pandemia da COVID-19. “Se não tivéssemos o SUS, a situação estaria muito pior”, completa.

O presidente do conselho disse ainda que o negacionismo, a incompetência e a irresponsabilidade do ministério da Saúde jogou os brasileiros no caos. “O governo atrapalhou desde o início o combate à pandemia, inclusive no que diz respeito à vacina”, afirma.

Pigatto defende a urgência da imunização e todas as vacinas que tiverem comprovação científica e aprovação pela Anvisa que estiverem disponíveis. Sobre a mudança, nos últimos dias, no discurso de importação das vacinas, ele avalia que “o Congresso Nacional tem que ajudar a destravar aquilo que o próprio governo travou. Essa irresponsabilidade criminosa do governo federal, do presidente e de seus seguidores levaram ao adoecimento de milhões de pessoas e causaram a maioria dessas mortes. A mudança de discurso é reflexo da pressão da sociedade, que aumentou muito. “Este governo é genocida”, conclui.

Dentre as principais atribuições, o CNS é responsável por realizar conferências e fóruns de participação social, além de aprovar o orçamento da saúde e acompanhar a sua execução, avaliando a cada quatro anos o Plano Nacional de Saúde.